A idéia do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), de multar os secretários que chegarem atrasados às reuniões e eventos do governo municipal, é uma prática já adotada por Philippe Jouvelot, CEO da AXA no Brasil, desde 2015. Os membros do comitê executivo pagam R$ 10 por minuto de atraso com teto de R$ 100. Isso vai para a caridade AXA DE TODO CORAÇÃO, que direciona os recursos às crianças carentes.
Já o prefeito de São Paulo vai cobrar de R$ 200 para até 15 minutos de atraso, podendo chegar a R$ 400. A medida foi anunciada ontem pelo prefeito antes da segunda reunião com os 22 secretários nesta quarta-feira.
Segundo Jouvelot, a cobrança foi instituída para trazer mais produtividade a todos. “Em 20 minutos muita coisa pode ser resolvida. Até mesmo encerrada a reunião com todos os pontos da pauta solucionados”, afirmou ele ao blog Sonho Seguro.
No começo, todos acharam que era brincadeira. Só que não. Um dos profissionais ficou responsável pelo registro do tempo de atraso e também pela cobrança do valor. Apesar das críticas, todos pagam e incorporaram a ideia como algo positivo. Desde a implantação da multa, as reuniões do comitê começam pontualmente as 8h30, com todos presentes na sala desde às 8h20. “Não tem mais filho doente, carro quebrado e pais no hospital”, brinca o CEO da AXA.
A AXA, um dos maiores grupos seguradores do mundo, está presente em 59 países, emprega 161 mil pessoas e serve a 103 milhões de clientes individuais e empresariais. Em 2015, somou 99 bilhões de euros em receitas e obteve resultado de 5,6 bilhões de euros. O grupo possui a marca de seguros mais valiosa do mundo pela sétima vez consecutiva, segundo ranking da consultoria global Interbrands. Vale lembrar que de acordo com a revista Fortune, a AXA desponta na 22ª posição do ranking das empresas mais inovadoras do mundo.
A companhia iniciou operações no Brasil em 2014 com foco em linhas comerciais, ofertando a empresas de todos os portes soluções em riscos patrimoniais, responsabilidades, seguros para pessoas e programas de afinidades. “Somamos R$ 621 milhões de prêmios em dois anos de operação no Brasil. Uma sociedade mais forte e mais segura se constrói com responsabilidade e competências”, ressalta em um de seus vários posts nas redes sociais.
Ao blog, contou que em 2017 a meta é chegar a R$ 1,1 bilhão. “Recebemos 5 mil pedidos de cotação de nossos corretores para seguros de empresas para vida, transporte e garantias. Temos de investir em pessoas, sistemas e manter a despesa baixa para entregar nossos produtos e serviços aos nossos corretores e clientes”.
Outra novidade para o ano é a estréia no segmento de saúde. Ele pessoalmente adora o setor e já investiu 10 milhões de euros em estudos e pesquisas para decidir de que forma entrará nesse segmento que enfrenta graves problemas no Brasil, como perda de receita com o desemprego que tirou 2 milhões dos planos de saúde, alta dos custos, fraudes e volume de desperdício muito acima da média considerada aceitável para a lucratividade das empresas.
Também está interessado em se juntar a outros executivos que entendem que o seguro de responsabilidade civil para acidentes de carro deve ser obrigatório como em outros países. Atualmente, uma parcela ínfima dos que compram seguro de carro contratam um valor adequado para indenizar terceiros que venham a ser prejudicados pelo segurado em um acidente.
“Estamos animados para contribuir e fazer um ano de 2017 melhor para nosso mercado de seguros, ainda mais desafiador, mais apaixonante, mais bacana! Que todas as pessoas de bem do mercado sejam mais felizes e recebam mais oportunidades na vida, bem como no trabalho”, escreveu o CEO a sua equipe no Facebook para desejar boas festas.
Jeito de francês mas de nacionalidade suíça Jouelot, já implantou operações da AXA em vários países. Mas o Brasil fisgou seu coração. Ele gosta tanto do país que afirma que manterá sua residência aqui, mesmo quando o contrato para colocar de pé a operação brasileira da gigante francesa terminar. “Certamente vou ficar morando aqui. Gosto de tudo. Das pessoas, do clima, das oportunidades de negócios que o país oferece. Há muito o que fazer para satisfazer clientes em busca de produtos e serviços de qualidade”, avisou.