Lucro da BB Seguridade recua no trimestre mas avança no acumulado até setembro

A BB Seguridade atingiu lucro líquido de R$ 3 bilhões no acumulado de janeiro a setembro deste ano, aumento de 3,4% em relação ao lucro líquido ajustado do mesmo período de 2015. O desempenho é justificado tanto pelo crescimento de R$ 37,9 milhões (+1,8%) do resultado operacional não decorrente de juros combinado, quanto pela expansão de R$ 63 milhões (+7,3%) do resultado financeiro combinado, ambos líquidos de efeitos tributários. No terceiro trimestre, o lucro líquido foi de R$ 987,93 milhões, recuo de 4% em relação ao mesmo período do ano passado.

O lucro ficou 0,6 ponto percentual abaixo do piso do intervalo revisado do Guidance 2016. As principais justificativas para esse desvio estão relacionadas à piora nos índices de sinistralidade da BB Mapfre SH1, concentrada nos segmentos prestamista e rural; da Mapfre BB SH2, em função da deterioração nos segmentos de automóvel e de danos; e do IRB Brasil-RE.

Outra razão citada foi a greve dos bancários, que se estendeu por todo o mês de setembro, impactando as vendas esperadas para o período, enquanto no exercício de 2015 a paralisação ocorreu no mês de outubro e teve menor duração.

A companhia reforça suas estimativas e espera que o crescimento do seu lucro líquido ajustado convirja para o intervalo de 4% a 8% ao longo do último trimestre de 2016.

Até setembro, o lucro líquido da operação de Vida, Habitacional e Rural atingiu R$ 1,2 bilhão, crescimento de 0,3% em relação ao lucro líquido ajustado do período anterior. O desempenho do período foi impactado pela elevação da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (“CSLL”), de 15% para 20%, a partir de setembro de 2015.

O índice combinado atingiu 70,6%, piora de 2,5 pontos percentuais, justificada por uma maior sinistralidade concentrada nos segmentos prestamista e rural, além de um maior índice de comissionamento. Os prêmios emitidos do período somaram R$ 5,4 bilhões, queda de 1,7% no comparativo com mesmo período anterior, concentrada principalmente no ramo de prestamista (-48,1%), parcialmente compensada pelo incremento nos segmentos de vida (+15,6%) e rural (+17,9%).

Na divisão BB S2 Patrimônio e automóvel, o lucro líquido foi de R$ 220,7 milhões de janeiro a setembro, queda de 25,9% em relação ao lucro líquido ajustado do período anterior, desempenho explicado pela deterioração de 2,4 pontos percentuais no índice combinado, em virtude da piora nos índices de sinistralidade, principalmente em automóveis e danos, e de comissionamento.
Os prêmios emitidos caíram 6,4% no comparativo, impactados pela queda de 18,2% no segmento de automóveis, parcialmente compensada pelo incremento nos segmentos de danos e demais.

Em previdência, o lucro líquido acumulado até setembro cresceu 13,8% em relação ao lucro ajustado de 2015, totalizando R$ 742,3 milhões. O desempenho do período foi impactado pela elevação da alíquota da CSLL de 15% para 20%, a partir de setembro de 2015.

O resultado antes dos impostos e participações foi de R$ 1,3 bilhão, equivalente a um crescimento de 17,4% em relação ao mesmo período de 2015. A melhora observada no comparativo é resultante do aumento do resultado operacional não decorrente de juros, explicado tanto pelo incremento das receitas com taxas de gestão como pela melhora de 2,6 p.p. no índice de eficiência.

O volume de contribuições cresceu 18,4% em relação ao mesmo período de 2015, com destaque para os planos VGBL e com desempenho semelhante entre as modalidades periódica e esporádica. No mesmo período, a captação líquida atingiu R$ 18,8 bilhões, evolução de 10,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, desempenho explicado tanto pela expansão do volume de contribuições como pela melhora de 0,8 pontos percentuais no índice de resgates.

Em resseguros, o lucro líquido da operação foi de R$ 467,6 milhões no período analisado, queda de 16%. O desempenho no comparativo é explicado principalmente pela retração do resultado financeiro, aliado ao aumento de 13,8 pontos percentuais no índice de sinistralidade, que levou à queda do resultado operacional não decorrente de juros.

O segmento de Capitalização acumulou lucro de R$ 338,9 milhões até setembro, alta de 25,5% em relação ao mesmo período de 2015. O crescimento do resultado financeiro, suportado pela melhora da margem financeira, foi o principal responsável pelo aumento do lucro no período, efeito este que foi parcialmente compensado pelo aumento da CSLL de 15% para 20%, a partir de setembro de 2015. Isolando esse efeito, o resultado antes de impostos e participações registrou crescimento de 38,0% na mesma base de comparação.

No acumulado até setembro, o resultado de capitalização registrou retração de 27,0% quando comparado com o mesmo período de 2015. O desempenho no comparativo foi consequência da queda de 19,0% na receita líquida com títulos de capitalização, em função de uma arrecadação 14,7% menor e do aumento na cota de capitalização média. Por outro lado, a contração da receita líquida com títulos de capitalização foi parcialmente compensada por menores despesas de custo de aquisição e de resultado de sorteio, que registraram queda de 21,5% e de 23,9%, respectivamente, além de menores despesas gerais e administrativas.

A BB Corretora registrou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, desempenho 5,9% superior ao resultado obtido no mesmo período de 2015, explicado pelo aumento de 6,9% nas receitas de corretagem, impulsionado pelas receitas provenientes dos segmentos de vida, rural e previdência; e pelo crescimento de 30,0% do resultado financeiro, em função do aumento tanto da taxa média como do volume de ativos rentáveis. No acumulado até setembro, a margem operacional da BB Corretora teve retração de 1,9 ponto percentual que, assim como na análise trimestral, é explicada principalmente pela elevação da alíquota de PIS/PASEP e COFINS a partir de março deste ano.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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