Começou ontem o XVII Conec, principal evento de corretores de seguros no país. Neste ano o tema é: “Aprender, Empreender e Ser: Corretor de seguros, o caminho seguro da distribuição”. O Brasil conta com mais de 95 mil corretores de seguros, sendo aproximadamente 60 mil pessoas físicas e 35 mil pessoas jurídicas, segundo dados da Federação Nacional dos Corretores (Fenacor). A sessão solene de abertura que aconteceu no Anhembi, a partir das 20 horas, contou com os principais porta vozes do setor. O discurso de todos pode ser resumido em um único mantra: otimismo e crescimento com inovação e suprema qualidade no atendimento ao consumidor.
Com mais de 6,5 mil inscritos, a programação de debates começa hoje e se encerra no sábado. A sexta-feira começa com a reflexão sobre o atual momento do Brasil, com foco nas perspectivas políticas e econômicas, com comentários dos dois jornalistas globais, Willian Waack e Mara Luquet. As 11h, presidentes das seguradoras Porto Seguro, HDI, Tokio, Allianz, BB Mapfre, Zurich e Bradesco debatem o tema “O futuro da corretagem de seguro”.
“Conflitos e Soluções – Uma Nova Agenda Para o Mercado De Seguros” será o tema do painel que terá o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, Joaquim Mendanha de Ataídes, da Susep, Marcio Coriolano, presidente da CNseg, José Farias de Sousa, diretor do IRB Brasil Re, e Robert Bittar, presidente da Escola Nacional de Seguros. O evento ainda conta com painéis sobre os mais diversos ramos de seguros, com especialistas de cada área, comentando os temas mais relevantes do mercado, e com a Exposeg, a tradicional feira que traz infinitas atrações aos participantes que visam estreitar o relacionamento com as companhias.
O governador de São Paulo Geraldo Alckmim foi representado por José Renato Nalini, secretário da educação de São Paulo. “Se há uma instituição que merece o respeito é a de seguros e o seu corretor desempenha o papel importantíssimo de aconselhar e proteger”, afirmou em seu discurso na abertura solene ontem. Segundo ele, o governo paulistano trabalha em um projeto de educação em seguros, que pretende levar noções de seguros a crianças e jovens em diversas frentes educacionais. Coriolano destacou também a educação. “Ajudar o setor a crescer com sustentabilidade é o maior compromisso da CNseg para o desenvolvimento do Brasil”.
O presidente da CNseg tem destacado em seus discursos que a meta da sua gestão é tornar o seguro algo simples para que a população perceba a importância das proteções que as seguradoras ofertam e saibam decidir qual o melhor dos produtos para os diversos ciclos da vida de uma pessoa, de uma empresa, de um governo. Estão previstas mais de 20 ações , entre elas as cartilhas, simplificarão cerca de 36 temas que circundam o setor.
Para Coriolano, o mercado é dinâmico e o cenário de instabilidade econômica reforçou a necessidade de o setor ser mais criativo para minimizar eventuais perdas. Juntos, seguradoras e corretores estão prontos para oferecer uma cobertura qualificada e diferenciada para públicos distintos. Esse processo será ainda mais intenso em 2017, quando a economia estará retomando a normalidade, aposta, acrescentando que a inovação e a agilidade no atendimento ao segurado são condições “sine qua non” para o setor de seguros ajudar o país a crescer”.
Mendanha, que assumiu a Susep há menos de dois meses, afirmou que a autarquia estará sempre disposta a disseminar e incentivar as práticas que estimulem o cresicmento do setor de seguros crescer. Entre os os desafios e oportunidades para o setor neste ano, o xerife do setor afirma que o mercado de seguros precisa, neste momento, de uma nova agenda positiva. “Com a retomada do crescimento econômico, o que esperamos para breve, é preciso reforçar as ações para que o setor tenha mais visibilidade, mostre para a sociedade e até mesmo para o Governo o quanto pode ser importante como suporte do processo de crescimento sustentado da nossa economia”, afirmou ele em recente entrevista ao blog Sonho Seguro.
Ele deixou claro que a missão da Susep é induzir o crescimento do setor e atuar para que a população esteja devidamente protegida e amparada por uma gama de produtos e serviços de qualidade. “O setor já estende uma ampla rede de proteção securitária para pessoas e empreendimentos. Em 2015, por exemplo, foram devolvidos para a população, sob a forma de indenizações e benefícios, cerca de R$ 110 bilhões”, destacou. Os ativos totais do mercado já ultrapassaram a marca de R$ 800 bilhões, recursos que reforçam a posição do setor como relevante investidor institucional.
Também destacou que a regulamentação de importantes produtos, como o seguro popular de automóvel já foi aprovada e a do universal life está em fase final, prevista para permitir que o produto entre em operação em 2017. “Destaco o seguro popular para autos, que pode atender a mais de 20 milhões de brasileiros, donos de veículos com mais de cinco anos de fabricação, que trafegam por ruas e estradas brasileiras sem qualquer cobertura do seguro, atualmente. Há ainda o Universal Life, um seguro de vida comum no mercado internacional, mas que ainda é desconhecido da sociedade brasileira”.
Segundo noticiou a revista Apólice, o titular da Susep afirmou que a autarquia começa a estudar as fintechs, para comercialização de seguros. São modelos interessantes, mas que ainda estão em fase inicial. Com o aumento do volume de negócios será preciso repensar o modelo de supervisão para isso.
Armando Vergilio seguiu a mesma linha de discurso, conclamando os corretores presentes para a inovação, a qualidade e para a conquista de clientes. “O setor tem crescido mas não tem evoluído. Precisamos ir em frente”, afirmou Vergílio, pedindo aos profissionais apoio e dedicação na luta para manter os corretores no Super Simples, uma luta que a Fenacor vem travando há anos com os órgãos do governo, especialmente a Receita Federal, e políticos da Câmara e do Senado. Estudo realizado no ano passado revelou que 85% das corretoras de seguros do país aproveitaram a nova lei que permitiu a adesão do Supersimples e 44% entre os ouvidos poderão pagar suas despesas fixas por conta da economia que é resultado do novo regime tributário.
Na semana passada, a rápida ação comandada pelo deputado Lucas Vergilio (SD-GO) e o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, impediu que uma manobra aprovada no Senado fosse ratificada na Câmara, o que retiraria os principais benefícios do SuperSimples de cerca de 30 mil corretoras de seguros, segundo estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
O presidente da Escola Nacional de Seguros, Robert Bittar, afirmou que a união de todos do setor, profissionais e entidades, é a força que impulsionará a construção de uma agenda positiva tanto para o setor como para o Brasil. Ressaltou que toda crise traz oportunidades e que esse é o momento certo de todos unirem o melhor para obterem resultados no longo prazo. Ele destaca que com o desemprego, muitos acabaram descobrindo a profissão de corretor, tendo como parâmetro o aumento da demanda nos cursos oferecidos pela escola. Somente no Estado de São Paulo, a procura pelo Curso para Habilitação de Corretores de Seguros (CHCS) apresentou alta de 75% no acumulado dos dados analisados neste ano. Em âmbito nacional, a demanda subiu 23%. Em 2015, a instituição formou cerca de 3,5 mil corretores.
Para encerrar os discursos da abertura solene, o presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, ressaltou que o Conec não é mais em evento de São Paulo. “É de todos os corretores de seguros do Brasil. O que vemos aqui neste auditório lotado hoje é a maior e melhor demonstração da força, pujança e dinamismo do setor de seguros, que tem como principal força de vendas o corretor de seguros”, disse. “Precisamos fazer o consumidor entender o quanto os produtos de seguros trazem benefícios para o seu dia a dia, como uma assistência na hora de um acidente, repor um bem perdido ou deixar um colchão financeiro para a família ou para si mesmo em caso de invalidez ou morte do responsável financeiro. Esse á a melhor maneira de atrair o consumidor para o mercado segurador”, finalizou.