Depois de quase nove meses, a Susep liberou a autorização para a Fairfax Brazil Participações atuar no Brasil. Toda a operação já está montada. A meta é abocanhar parte dos grandes riscos no país. Engana-se quem pensa que agora Jacques Bergmann vai se acalmar, depois de tanto lutar pela licença.
Bergman parece ter sido treinado para conviver com pressões. Passou pela crise financeira ainda comandando as operações de grandes riscos da Itaú XL. Enfrentou os problemas vividos pelo grupo das Bermudas durante a crise, que lhe trouxe outro stress: a compra pelo Itaú da Unibanco AIG. Com o fim da parceria entre Itaú e XL, optou por sair do banco, onde estava há muitos anos, para assumir novos desafios, como montar a operação da seguradora canadense no Brasil.
Jacques Bergmann está determinado a conquistar clientes com qualidade de serviços e técnica, como pode observar qualquer pessoa que o encontre. Munido de uma equipe reconhecida pelo talento e com números, ele conta que atuamente há um potencial de prêmios para seguro garantia e seguro de riscos de engenharia de R$ 3 bilhões, considerando-se os programas de investimentos já aprovados no Brasil, segundo levantamento feito pela revista Exame.
“Considerando-se os que ainda estão para ser aprovados, o volume de prêmios dessas duas carteiras pode chegar a R$ 9 bilhões até os Jogos Olímpicos”, disse ele durante palestra proferida no II Brazilian Reinsurance, realizado nos dias 4 e 5 de março, no Rio de Janeiro.
A autorização é para operar com seguros de danos e de pessoas em todo o território nacional. Na mesma portaria, a Susep informa que o capital social de seguradora é de R$ 44,3 milhões. O objetivo é atuar no mercado de grandes riscos para médias e grandes empresas, em 22 setores da economia, como aeronáutico, seguros marítimos, propriedade, transporte, energia e petróleo.
No resseguro, o grupo está trazendo ao Brasil a Odyssey Re, com sede nos Estados Unidos, uma das cinco maiores resseguradoras do país e das 15 maiores do mundo, com mais de US$ 2 bilhões em prêmios. A resseguradora vai operar na categoria “admitida”, que exige abertura de escritório de representação no país.