Correção: Odebrecht decidiu fazer acordo de “colaboração definitiva” de executivos, inclusive o ex-presidente Marcelo Odebrecht

dinheiro 4CORREÇÃO: A palavra delação premiada deve ser corrigida por “colaboração definitiva”.

O grupo Odebrecht decidiu fazer “colaboração definitiva” de seus principais executivos, inclusive o ex-presidente Marcelo Odebrecht. Em termos de seguros isso pode significar a redução da sinistralidade do Directors & Officers (D&O), que desde o início da Lava Jato tem apresentado significativos desembolsos para pagamento de custas judiciais dos executivos. Segundo escreve no blog Linhas Financeiras, Thabata Najdek, underwriter Financial Lines na Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS), a regra geral da apólice de D&O é o reembolso dos custos de defesa até o transito em julgado da decisão. Caso a decisão atribua a prática de um crime doloso ao segurado, este perde a cobertura e tem de devolver todos os valores adiantados pela seguradora. O que já aconteceu com Marcelo Odebrecht condenado pelo juiz Sergio Moro a 19 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e por integrar organização criminosa.

No entanto, um detalhe muito importante é que além da condenação transitada em julgado outra causa de exclusão de cobertura é a confissão. “Ora, a delação premiada é uma confissão. O delator não é uma inocente testemunha. É um criminoso que pode fornecer detalhes de como o crime fora praticado, os valores desviados, bem como a identidade dos demais corruptos e corruptores”, escreve.

De acordo com o posto da especialista, com os acordos de delação premiada, a seguradora detentora do risco tem de cessar qualquer pagamento e utilizar todos os meios legais de recuperar os custos adiantados. Isto é claro para os administradores que celebraram o acordo de delação. Caso exista outros executivos denunciados que não participaram da delação e nada confessaram, eles continuam com seus “sinistros” sendo regulados até decisão judicial final.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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