Fonte: Jornal do Commercio
Com faturamento de R$ 65,208 bilhões, sem o ramo saúde e VGBL, plano de cunho financeiro, o mercado de seguros brasileiro fechou ao acumulado até agosto perdendo para a inflação. As vendas cresceram 5,6%, frente janeiro a agosto de 2014,1,46 ponto percentual inferior ao índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que em oito meses foi de 7,06%.
Em 12 meses, fechados em agosto, o IPCA de 9,52% também se manteve, de forma ainda mais acentuada, acima da expansão do setor, que foi de 7,7% para a receita de prêmios da ordem de R$ 97,307 bilhões. A atividade ganha fôlego, contudo, se incorporado o faturamento de R$ 55,155 bilhões do VGBL ao do setor, elevando-o para R$ 120,363 bilhões em oito meses, alta de 15,8% sobre os R$ 103,915 bilhões contabilizados em idêntico período de 2014. A receita do VGBL, que cresceu 30,8%, representa 46% do total.
Segundo ainda os dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), recém-divulgados, o segmento de pessoas continua a trajetória de alta acima da inflação, sustentando um desempenho que é o melhor entre todas as demais modalidades de seguros comercializadas no mercado brasileiro. Até agosto, os produtos de pessoas avançaram 13,3%, ao faturar R$ 19,326 bilhões, contra R$ 17,055 bilhões um ano antes.
O produto de vida, o mais significativo da carteira de pessoas, com peso de 42% do total, subiu 19%, duas vezes acima da inflação. Os prêmios chegaram a R$ 8,041 bilhões até agosto, contrariando indicadores como o de desemprego, que vem subindo, e o de renda do trabalhador, que vem caindo. Contudo, o quadro adverso tem impactado outros dois importantes seguros: o prestamista, que subiu 7,5%, aos R$ 5,338 bilhões, mas abaixo da inflação, e o de acidentes pessoais, que recuou 1,5%, aos R$ 3,311 bilhões.
O segmento automotivo também tem sentido a desaceleração da produção da indústria automobilística, que despencou 21% nos oito primeiros meses do ano. O seguro de casco de veículo, que captou R$ 14,902 bilhões, cresceu apenas 4,3% e perdeu feio para a inflação. O mesmo caminho seguiu a responsabilidade civil facultativa, que evoluiu apenas 2,2%, e o seguro de acidentes pessoais de passageiros, com alta de 3,4%. O alento veio das coberturas de assistências, que cresceram 12,2%, ganhado da inflação. Juntos, os quatros produtos faturaram R$ 21,365 bilhões e apontaram incremento de 4,3%.
Os produtos mais afetados pelas dificuldades econômicos nos oito primeiros meses do ano foram os relativos a patrimônio, que no conjunto encolheram 1,3%, aos R$ 8,249 bilhões. Na área corporativa, o seguro de riscos de engenharia recuou 1,3%, para R$ 367,3 milhões, enquanto os pacotes empresariais ficaram estagnados em R$ 1,335 bilhão. A crise atingiu também as apólices desse ramo destinadas às pessoas. O seguro residencial ficou estagnado em R$ 1,5 bilhão e a garantia estendia, que está diretamente ligada ao consumo de bens duráveis, desceu a ladeira. Com receita de R$ 1,801 bilhão, o produto despencou 16,8% até agosto, frente a igual período de 2014.