Reforçar parcerias para proteger as empresas em tempos desafiadores é a proposta da Zurich

zurich wernerEm tempos voláteis como o mundo vive hoje, a prevenção ganha ainda mais prioridade para gestores de riscos. Esse foi o tema da abertura do Workshop de Engenharia em Prevenção de Riscos, organizado pela Zurich, para clientes reunidos em São Paulo, nesta terça-feira. “O Brasil passa por um momento desafiador, lidando com temas sensíveis como a crise hídrica, energética, política, econômica e de ética. Tudo isso cria novos desafios para as empresas. Foi pensando nisso que decidimos o tema deste evento. Pretendemos saber como podemos ajuda-los a avaliar os impactos desse cenário no gerenciamento dos riscos de amanhã”, disse Werner Stettler, vice presidente da área corporate da Zurich Brasil.

Os gestores de risco se deparam hoje com uma situação alarmante. O real apresenta perda de 60% de seu valor nos últimos 12 meses. Apenas o peso colombiano e a moeda russa perderam mais valor do que o real. O desemprego já ultrapassa 7%. O Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda de 1,9% no segundo trimestre deste ano, colocando o Brasil em recessão e as estimativas mostram que esse índice deve, fazendo 2015 retratar recessão de 2,4%. A inflação está estimada em 10% para o ano. “Isso atinge a todos. E queremos, junto com vocês, aprimorar as técnicas de gestão de riscos para manter a empresa de todos resilientes aos riscos”, disse Mario Orozco, head de engenharia de risco da Zurich para a América Latina.

Tim Astley, líder do time de engenheiros dedicados à gestão de continuidade de negócios dos clientes Zurich, afirmou que há muitas oportunidades no Brasil, país que teve um crescimento fantástico nos últimos anos. “No entanto, temos de estar preparados para o futuro”, ressaltou ele, que tem assento do comitê mundial de continuidade de negócios, que tem na agenda como as empresas chegarão em 2020. “Muito foi debatido e a resiliência dos negócios é um tema recorrente”.

zurich timSegundo Astley, que prefere o termo resiliência a continuidade de negócios, é preciso que as corporações, do mundo todo, se preparem melhor para os choques econômicos. “A China mexeu com todos os mercados na semana passada e as consequências são grandes. As organizações já falam até mesmo em riscos ocultos. Todo mundo depende de todo mundo nesta globalização. Portanto, precisamos estar mais preparado para lidar com os riscos e como eles nos atingem”, comentou em sua palestra.

Basicamente, a palavra de ordem deste tema é desenvolver um bom programa de continuidade de negócios e ele garante que isso não requer grandes investimentos. Muitas vezes pequenas alterações no processo operacional proporcionam um incremento enorme na qualidade do risco do segurado. Questões básicas ajudam a confeccionar um plano de resiliência, que deve ser simples e acessível. “Nada de brochuras de 400 páginas”, alertou.

Quais os riscos para o negócio, considerando-se desde ataques cibernéticos até a desvalorização da moeda? Qual o real impacto nos negócios? Quais as estratégias de retomada? Qual a capacidade dessa estratégia funcionar? Ela foi testada? E, finalmente, entender a cultura empresarial. Avaliados todos esses itens, é possível construir um plano de contingência com grandes chances de ajudar a empresa a retomar sua produção num prazo em que seus clientes estariam dispostos a esperar, diz. “Uma disciplina que precisa muito planejamento, mas nos deixa mais resilientes.”, comenta.

No Brasil, perto de 70% das recomendações feitas pelos vistoriadores de riscos nas plantas podem ser implementadas sem custo ou com baixo custo. “Nosso trabalho é esse, auxiliar na gestão de risco. Temos de trabalhar para prevenir perdas e juntos construirmos um relacionamento de longo prazo”, afirma o organizador do evento, Carlos Cortes, superintendente de engenharia de riscos da Zurich no Brasil.

cortez zurichSegundo Cortes, todos sabem que há um seguro que vai pagar parte das perdas, mas estatísticas revelam que perto de 45% das empresas que tem perdas graves não conseguem se restabelecer por várias razões, como imagem da empresa e perda de mercado para a concorrência. “E a Zurich está interessada nesse tema”, afirma. “Nossa missão é auxiliar a entender e proteger os riscos. Esse evento visa compartilhar conhecimento do que aprendemos sobre riscos e perdas com nossos sinistros em todo o mundo por nossos mais de 1 mil engenheiros, que colhem informações valiosas e que podem nos ajudar a alertar nossos clientes a terem um plano que realmente traga resiliência ao negócio caso sejam atingidos por um acidente”, comenta.

A pesquisa realizada com a plateia, formada por gestores de riscos de corporações e também corretores, mostra que há muito a ser feito. Cerca de 70% da plateia afirmou que a empresa tem feito uma análise para identificar e avaliar os maiores riscos que poderiam levar a paralisação. Já quando questionados se foi avaliado o impacto para o negócio de cada um desses riscos, a resposta foi positiva para 43% dos entrevistados. Metade da plateia afirmou ter um plano de continuidade de negócios.

E como saber se o planos de contingência são adequados para enfrentar os impactos potenciais? Essa é a proposta do evento, que conta com nove painéis técnicos e três debates mais amplos como “Construindo resiliência do negócio, vantagem competitiva em tempos desafiadores”, “A gestão de riscos na palma da sua mão”, e “O sinistro perfeito, caso de sucesso de uma adequada preparação de um plano de continuidade de negócios”.

“Temos grandes desafios para os próximos anos. A crise hídrica e energética têm impacto para todos os setores. Precisamos entender quais são os impactos e como vamos driblar a dificuldade econômica”, finaliza Cortes, citando os três principais riscos estratégicos das empresas, segundo estudo realizado com 28 países divulgado no Fórum Econômico Mundial, em Davos, no mês de janeiro.

Foto – Crédito: Fernanda Amaral / Divulgação

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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