Seguro para fundos de pensão é mercado de R$ 20 bilhões, diz Susep

Fonte: Agência Estado

Segundo notícia publicada pela Agência Estado, o compartilhamento de risco de longevidade dos fundos de pensão com as seguradoras deve abrir um mercado inicial de R$ 20 bilhões para essas companhias, segundo estimativa da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Os pedidos para a formatação dos primeiros produtos já foram enviados à autarquia e devem ser autorizados, de acordo com Roberto Westenberger, superintendente do órgão regulador, ainda este ano.

Caso de fato sejam aprovados, é possível que a transferência de risco de longevidade dos fundos de pensão gere para as seguradoras, já em 2016, algo em torno de R$ 10 bilhões em seu primeiro ano. Na prática, esse seguro tem como objetivo cobrir o risco de os beneficiários dessas entidades viverem mais que a previsão para o acúmulo de recursos feitos ao longo da vida para a aposentadoria.

“Esse (risco de longevidade) é um mercado novo e extremamente atrativo que está se abrindo para as seguradoras. Os R$ 20 bilhões não serão realizados a curtíssimo prazo, mas ao longo de um horizonte que não é de muitos anos. A necessidade de proteção para o risco de longevidade é imediata”, diz Westenberger, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Tal montante representa, conforme ele, 5% de todo o faturamento do mercado de seguros brasileiro no ano passado, de cerca de R$ 400 bilhões, e, por isso, é um “acréscimo substantivo” ao segmento. O superintendente da Susep explica que no caso de um indivíduo viver mais que o previsto terá de desembolsar mais recursos. Esse cálculo é feito com base em uma tábua atuarial, que considera a expectativa de vida dos indivíduos e a renda a ser paga no futuro.

A transferência do risco de longevidade para as seguradoras impede, conforme Westenberger, que ocorra um “curto circuito” para os fundos de pensão e comprometa as reservas para pagar as aposentadorias no futuro. Sobre se o custo do produto seria atrativo para essas fundações, ele diz que a autarquia vai olhar a questão da razoabilidade dos prêmios, mas que o mercado é livre, embora, competitivo. Como as grandes fundações têm estrutura e equipe para fazer essa análise, a expectativa do mercado é de que menores fundos tenham maior interesse pelo produto.

“O próprio mercado vai definir um patamar razoável (de preço) desse seguro. O conceito de caro ou barato tem de ser analisado a luz da possibilidade de um fundo de pensão ter prejuízo ou até não ter reservas para honrar seus compromissos em meio à longevidade crescente na economia brasileira”, destaca o superintendente da Susep.

Desde março, os fundos de pensão foram autorizados a transferirem o risco de longevidade para as seguradoras. Começou, então, a corrida por parte das seguradoras para criarem produtos sob medida para esta necessidade. De acordo com Westenberger, a nova solução também está no âmbito do acordo de cooperação assinado no ano passado entre a Susep e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), que regulamenta os fundos de pensão.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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