A AMBest não pervê que estas mudanças recentes terão qualquer impacto de curto prazo sobre o perfil do mercado ou desempenho operacional das empresas brasileiras atualmente classificadas. As mudanças introduzidas com esta nova resolução serão graduais. Essa é a opinião da agência de risco divulgada em relatório publicado no dia 29 de julho, que faz referência a Resolução CNSP 322, que traz alterações para o mercado local de resseguros brasileiro.
De acordo com a 322, os percentuais de resseguro que podem ser cedidos entre empresas do mesmo grupo passa dos 20% permitidos hoje para 75% em 2020, de forma paulatina. Assim como os 40% de cessão obrigatória às resseguradoras locais cai para 15% em 2020. “É importante perceber que as palavras “contratará OU ofertará” na Resolução, sendo que o mandato de “oferta” de 40% dos prêmios cedidos para o mercado local não mudou. Empresas locais de resseguros continuam tendo o direito de preferência a 40% dos prémio do mercado. O que mudou foi a percentagem de prêmios que seguradoras deve “contratar” com o mercado de resseguros local”, enfatiza no estudo.
A segunda consideração da AMBest sobre a nova resolução refere-se a empresas ligadas ou pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro sediadas no exterior, desde que sejam registradas como resseguradoras admitidas ou eventuais. A transferência máxima do prêmios correspondente a cada cobertura contratada irá aumentar gradualmente. “Esta decisão vai permitir uma maior eficiência financeira e de capital para estas organizações multinacionais e pode levar a uma maior participação no mercado da parte destas empresas no futuro. Isto pode também levar a um aumento de competição no mercado”, comenta o estudo.
Assim a AMBest não pervê que estas mudanças recentes terão qualquer impacto de curto prazo sobre o perfil do mercado ou desempenho operacional das empresas brasileiras atualmente classificadas. As mudanças introduzidas com esta nova resolução serão graduais ao longo de um período de cinco anos e participantes do mercado acreditam que empresas continuarão disciplinadas.
Segundo a agência, o objetivo dos reguladores brasileiros continua a ser um de promover o mercado local e a AMBest acredita que os participantes do mercado local continuarão a manter uma vantagem no curto e médio prazo. “Se for necessário, os reguladores provavelmente irão interferir novamente com novas alterações, se as decisões atuais levarem a um desiquilíbrio do mercado”, opina. Assim sendo, neste momento a AMBest não vê qualquer impacto de curto prazo sobre as classificações de crédito; no entanto a agência continuará a acompanhar de perto a situação para um possivel impacto às classificações de crédito.