A consolidação no segmento de corretores de seguros está intensa, tanto no Brasil como no exterior. A novidade desta semana é a compra da John B. Collins Associates Inc, oitava maior corretora do mundo, pela Guy Carpenter, segunda maior corretora de resseguros do mundo controlada pelo grupo Marsh & McLennan. Em dezembro do ano passado, a Aon Re, maior corretora de resseguros do mundo, finalizou a compra da Benfield Group Ltd, terceira maior, por US$ 1,75 bilhão.
No Brasil, o ano de 2009 foi aberto com duas aquisições da Lazam MDS. Em apenas uma semana, a corretora de seguros controlada pelos grupos Suzano e Sonae adquiriu a ADD Makler e a carioca Miral. Aquisições e parcerias são prioritárias dentro da estratégia das três maiores corretoras estrangeiras no Pais – Aon, Marsh e Willis -, assim como investimentos em serviços e produtos como forma de encantar o cliente e obter crescimento orgânico.
O movimento de consolidação das corretoras de seguros e resseguros justifica-se pela necessidade de eficiência e redução de custos que já vinha sendo prioritário mesmo antes da crise financeira. As corretoras foram fortemente abaladas pela queda do valores segurados – um ponto de referencia para o calculo da comissão – , pela economia de gastos perseguida pelos segurados e seguradoras, bem como pela acirrada competição que se instalou na indústria de seguros mundial nos últimos três anos.
A consultoria tem se tornado uma palavra chave entre os profissionais de vendas, bem como o gerenciamento de risco, vital para que as empresas consigam bons preços e coberturas abrangentes em seus programas de seguro e de resseguro.
Em fevereiro, as três maiores corretoras divulgaram os resultados de 2008. A Aon Corporation obteve receita total U$ 7,6 bilhões em 2008, crescimento de 4% em comparação ao ano anterior. O aumento das vendas nas Américas foi impulsionado pelo varejo nos Estados Unidos e pelos países da América Latina. O lucro líquido da Aon com seguros e beneficios cresceu 71% em 2008, para U$ 1,5 bilhão.
A Marsh & McLennan Cos. Inc. divulgou faturamento total de US$ 11,6 bilhões em 2008, incremento de 4% comparado ao resultado de 2007. No entanto, apresentou prejuízo de US$ 73 milhões, comparado a um lucro de US$ 2,5 bilhões no ano anterior. Segundo comunicado do grupo, um dos maiores corretores e consultores de seguros do mundo, a maior parte da perda, US$ 1,9 bilhão, se refere ao fim da operação da Putnam Investments. A área de corretagem e gerenciamento de riscos de seguros totalizou receita de US$ 4,5 bilhões, alta de 4% comparado a 2007. Este valor inclui a corretora de resseguros Guy Carpenters, com US$ 803 milhões, recuo de 6%. Em consultoria, consolidando a receita da Mercer e da Oliver Wyman, o grupo MMC faturou US$ 5,1 bilhões em 2008, alta de 6% em comparação ao ano anterior. A Kroll obteve faturamento de US$ 866 milhões.
A Willis, terceira maior corretora de seguros do mundo, registrou queda de 26% no lucro líquido, para US$ 303 milhões, principalmente por custos com a aquisição da Hilb Rogal & Hobbs Co. e volatilidade das moedas nos diversos países onde atua. O faturamento com comissões e fees cresceu 12%, para US$ 2,8 bilhões, sendo que o crescimento orgânico cresceu 9%, mas foi impactado pelo declínio nas taxas de prêmios, totalizando um crescimento real de 4%. Segundo comunicado divulgado pela corretora Willis, o declínio nos prêmios foi causado por vários fatores, entre eles mudanças nos limites de exposição.