Planos de previdência complementar arrecadam R$ 7 bilhões em novembro

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A arrecadação dos planos de previdência complementar aberta contabilizou em novembro R$ 7 bilhões em novos depósitos, alta de 3,18% na comparação com os R$ 6,8 bilhões registrados no mês de outubro. O segmento possui atualmente 13.487.031 contratos ativos e 94.666 pessoas usufruindo dos benefícios (aposentadorias complementares, pecúlios, por morte e por invalidez, e pensões, por morte e por invalidez).

No acumulado de janeiro a novembro, os recursos arrecadados pelo sistema também tiveram alta. Ingressaram R$ 65,2 bilhões, valor 5,37% maior que o verificado no mesmo período do ano anterior. Na análise por tipo de produto, os planos individuais tiveram incremento de 6,59% em relação ao mesmo período do ano anterior, tendo arrecadado R$ 57,6 bilhões. Os planos coletivos (empresariais) registram R$ 6 bilhões, com leve retração de 0,48%, e os planos para menores, por sua vez, arrecadaram R$ 1,5 bilhão, com retração de 12,34% em relação ao acumulado do ano anterior.

“O volume de novas contribuições para a previdência complementar aberta em novembro reflete a preocupação das pessoas com a qualidade de vida no futuro, principalmente após a aposentadoria. Quem investe em previdência busca oportunidades de maiores ganhos no longo prazo, pois a vantagem tributária é o grande diferencial comparativamente a outras modalidades de investimentos”, afirma Osvaldo do Nascimento, presidente da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

A captação líquida (diferença entre arrecadação e resgates), desde o mês de setembro, registra saldo positivo e fechou o mês de novembro com R$ 3,9 bilhões, 6,69% acima dos R$ 3,6 bilhões registrados no mês de outubro, segundo a FenaPrevi, entidade que representa 62 seguradoras e 13 entidades abertas de previdência complementar no país.

“Com as ações de orientação e educação financeira das empresas do setor, principalmente em relação à importância de uma visão de longo prazo, quem tem, ou pretende ter, um plano de previdência complementar aberta está começando a entender os benefícios e a importância da adequação destas aplicações ao momento de sua vida e ao seu perfil de risco”, explica o presidente da FenaPrevi.

Os planos empresariais foram destaque, com expansão de R$ 605,3 milhões, alta de 8,54% frente ao mesmo mês em 2012. Os planos individuais registraram captação de R$ 6,3 bilhões no período, leve retração de 5,94% frente ao resultado de novembro de 2012. Já os planos para menores fecharam o mês com arrecadação de R$ 138,5 milhões, retração de 19,69% frente ao mesmo período do ano anterior.

Carteira de Investimento

No mês de novembro, a carteira de investimentos do segmento de planos de caráter previdenciário apresentou saldo de R$ 367,9 bilhões, alta de 10,97% em relação aos R$ 331,5 bilhões computados no mesmo mês do ano anterior.

Ranking das Empresas – Carteira de Investimentos (R$ 367,8 bilhões)

A Bradesco Vida e Previdência liderou o ranking no período, com 32,14% do total das reservas; Itaú Vida e Previdência (23,86%); BrasilPrev Seg. e Previdência (22,36%); Zurich Santander Seg. e Prev. (5,83%); Caixa Vida e Previdência (5,82%); HSBC Vida e Previdência (3,07%); Icatu Seguros (2,04%); Sul América Seg. e Previdência (1,23%); Safra Vida e Prev. (0,92%); Porto Seguro Vida e Prev. (0,66%). As demais entidades somam, no total, 2,07% da carteira de investimentos.

As provisões (recursos acumulados pelos titulares dos planos de caráter previdenciário) apresentaram saldo de R$ 358,2 bilhões em novembro, 12,83% maior que o valor registrado (R$ 317,4 bilhões) no mesmo mês em 2012.

As provisões do VGBL tiveram crescimento de 16,35% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, passando de R$ 203,3 bilhões em novembro de 2012 para R$ 236,5 bilhões em novembro de 2013. Já as provisões dos planos PGBL cresceram 7,20% no mesmo período, passando de R$ 73,2 bilhões em novembro de 2012 para R$ 78,5 bilhões em novembro de 2013. As reservas dos planos tradicionais, por sua vez, passaram de R$ 40,4 bilhões para R$ 42,6 bilhões em novembro de 2013, expansão de 5,49%.

Com relação ao market share, os planos VGBL mantiveram a liderança no volume de provisões entre os planos de caráter previdenciário, com 66,03% do total, seguidos pelos PGBL, com 21,93% do volume total, enquanto os planos tradicionais contaram com 11,89%. Outros produtos – incluindo os FAPI – completam a equação, com 0,15%.

O tratamento fiscal

A opção por planos de previdência privada deve considerar e priorizar uma visão de longo prazo, dada a tributação diferenciada para o poupador. No PGBL, modalidade de plano indicada para quem declara o Imposto de Renda (IR) pelo formulário completo, o poupador pode deduzir, anualmente, da base de cálculo do tributo, o valor total dos aportes efetuados no plano, durante o exercício social, até o limite de 12% da sua renda bruta, reduzindo o imposto a pagar ou, até mesmo, podendo ter direito à restituição. “É o chamado diferimento fiscal, ou seja, o pagamento do IR devido sobre esses recursos, acrescidos dos rendimentos auferidos, é realizado apenas no momento do resgate total ou parcial, ou do recebimento do benefício”, diz Nascimento.

Para usufruir da dedução, o investidor em previdência privada aberta tem de estar contribuindo para a previdência oficial, inclusive no caso do titular, com mais de 16 anos, ser dependente de quem faz a declaração.

Já no VGBL, modalidade de plano indicada para quem declara o Imposto de Renda pelo formulário simplificado, para quem se encontra na faixa de isenção do IR, ou para quem já atingiu o limite de dedução previsto para a previdência complementar aberta (12% da renda bruta), não é possível deduzir da base de cálculo do IR os valores dos aportes realizados ao plano. “No entanto, no momento do resgate ou do recebimento do benefício, o IR incide apenas sobre o valor dos rendimentos auferidos, e não sobre o valor total do resgate ou do benefício recebido, como ocorre no PGBL”, afirma o presidente da entidade.

De acordo com o presidente da FenaPrevi, é importante destacar que, para ambas as modalidades de planos (PGBL e VGBL), não há cobrança do imposto de renda a cada seis meses, sobre os rendimentos obtidos, como ocorre em outras aplicações, à exceção da caderneta de poupança.

Outra característica do PGBL e do VGBL é a possiblidade do poupador optar pelo regime de alíquotas regressivas do imposto de renda, significando, deste modo, que, quanto mais tempo os recursos permanecerem aplicados, menor será a alíquota do Imposto de Renda incidente.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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