Indústria de Petróleo e Gás cresce e deve impulsionar setor de seguros

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Com a retomada das licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e o sucesso da 11ª Rodada de leilões, que aconteceu em maio e teve arrecadação recorde de R$ 2,8 bilhões, um dos segmentos de seguros que mais deve crescer nos próximos anos é o de Petróleo e Gás. A estimativa é que a indústria, que hoje representa 12% do PIB nacional, com produção de 2,3 milhões de barris de petróleo/dia, passe a representar, até 2020, 20% do Produto Interno Bruto, com 5,2 milhões de barris de petróleo/dia.

Para o setor de seguros isso deve representar um aumento significativo na demanda, que já vem crescendo à razão de 10% a 15% ao ano. Com as novas rodadas de leilões, a expectativa é que o crescimento seja ainda mais expressivo. “Na primeira rodada do pré-sal, marcada para 21 de outubro, será leiloado o direito de exploração do Campo de Libra. O campo é um gigante na Bacia de Santos, com reservas recuperáveis em oito a 12 bilhões de barris de óleo equivalentes”, afirma Paulo Niemeyer, diretor de Petróleo e Gás da Aon Brasil.

No entanto, o executivo explica que a operação no pré-sal é delicada, pois os poços podem atingir profundidades de até sete mil metros. “Os desafios logísticos e tecnológicos são muito maiores, já que o sal se comporta como um material viscoso e instável, e a camada de sal pode chegar a dois quilômetros de espessura, o que gera riscos para a operação”.

Na visão de Niemeyer, outra preocupação é em relação aos poços geralmente serem muito distantes da costa, podendo chegar a até 300 quilômetros, o que cria dificuldades em caso de acidentes. “A distância é um fator de risco tanto para a remoção de equipamentos danificados, ou de um profissional que venha a acidentar gravemente, quanto para a contenção de um poço em descontrole e que possa acarretar em uma explosão e vazamento, causando severos impactos ambientais”, complementa.

Diante desse cenário, Paulo Niemeyer acredita que o mercado segurador e ressegurador brasileiro e internacional tem condição de reter os riscos operacionais e financeiros do setor e deve ser cada vez mais acionado na medida em que a indústria cresce. “Os riscos associados as atividades de Petróleo e Gás podem ser cobertos em uma única apólice de seguro, facilitando o gerenciamento, tornando o risco mais atrativo na visão dos mercados e o valor do prêmio mais competitivo”. Os seguros abrangem toda a cadeia da indústria petrolífera, tanto no Upstream (Exploração & Produção – onshore e offshore), quanto no Downstream (refinaria, transporte, distribuição e comercialização).

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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