Nova regra de capital para seguradoras pode afetar crescimento de seguro de vida e previdência, diz CNseg 

No fim de dezembro, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) aprovou uma nova norma para dispositivos relativos aos capitais de risco de subscrição e operacional

Fonte: Valor

Novas regras de capital para seguradoras e a constante variação da taxa de juros podem afetar o crescimento e encarecer produtos de longo prazo, como seguros de vida, planos de previdência e títulos de capitalização, segundo a avaliação da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).

No fim de dezembro, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) aprovou uma nova norma para “acertos pontuais” em uma resolução de 2021, em especial nos dispositivos relativos aos capitais de risco de subscrição e operacional.

As novas regras aumentaram a exigência de capital das empresas, sem que, na visão do setor, tenha havido aumento proporcional dos riscos assumidos pelas empresas, conforme a CNseg.

“A regra impôs exigências que não consideram as particularidades dos produtos de longo prazo, aumentando o custo de capital das empresas que oferecem esses produtos. O problema se agrava com a volatilidade das taxas de juros, que podem forçar as seguradoras a reservar mais capital, mesmo quando suas contas estão equilibradas”, diz a CNseg em nota.

A entidade criou um grupo de trabalho para analisar modelos internacionais de solvência, como o Regime de Solvência II, adotado na Europa. O estudo identificou diferenças entre o modelo brasileiro e o europeu, “sugerindo ajustes que poderiam tornar as regras nacionais mais alinhadas às melhores práticas globais”, diz o comunicado.

A CNseg pretende apresentar alternativas à Susep e ao Ministério da Fazenda que conciliem a estabilidade financeira do setor com a necessidade de um mercado competitivo e acessível. “Se as regras atuais não forem ajustadas, as seguradoras podem ser obrigadas a reduzir sua atuação, impactando diretamente a oferta de coberturas e o crescimento do setor”, diz.

Segundo o diretor técnico, de estudos e relação regulatório da entidade, Alexandre Leal, a regulação prudencial é essencial para manter a segurança financeira do setor e proteger os consumidores, mas “quando as exigências estão desequilibradas, podem limitar a oferta de produtos e aumentar os preços para os clientes.”

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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