CNseg: é fundamental garantir que os dados compartilhados sejam protegidos contra usos indevidos

Fonte: CNseg

Ao representar o time do mercado segurador na palestra “Diálogos Amcham com Reguladores”, organizada pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil, Amcham, em parceria com a seguradora Prudential, a diretora jurídica da Confederação Nacional das Seguradoras, CNseg, Glauce Carvalhal, examinou o uso ético de dados na era digital e os desafios e oportunidades do setor de seguros nessa seara. Para ela, os dados não são meramente acessórios, mas sim o alicerce da operação securitária, influenciando desde a precificação até a prevenção de fraudes.

Segundo Glauce, os dados são pilares fundamentais do contrato de seguro, cujo uso permeia todo o processo, desde a subscrição até a justiça tarifária. Logo, sem um tratamento eficiente e seguro de dados, “o setor não apenas perde eficiência, mas compromete sua própria sustentabilidade”, disse.

Daí porque o setor de seguros investe ativamente em soluções inovadoras para garantir sua proteção e o uso ético. “O equilíbrio entre regulação e inovação é um desafio constante, mas o setor parece estar preparado para enfrentá-lo, sempre buscando eficiência sem renunciar à segurança e à ética”, declarou.

Glauce Carvalhal lembrou ainda dois marcos regulatórios que impactaram significativamente o setor: o Open Insurance e o Sistema de Registro de Operações (SRO). Tais inovações demandam um olhar atento à segurança e à conformidade com a LGPD.

Nesse sentido, a CNseg deixou claro que, ao criar um ecossistema mais dinâmico e digitalizado, é fundamental garantir que os dados compartilhados sejam protegidos contra usos indevidos.

A questão das fraudes nos contratos de seguro também foi tratada no encontro, tendo em vista os prejuízos alarmantes (só no setor de Saúde Suplementar, algo entre R$ 30 bilhões e R$ 34 bilhões em 2022) que essas práticas trazem ao setor.

Para a CNseg, assinalou a diretora, o combate às fraudes depende de um monitoramento rigoroso e de uma troca de informações entre as empresas, sob a base legal do legitimo interesse.

Sobre a dinâmica e a regulamentação da inteligência artificial (IA), a CNseg reforça seu posicionamento de que o marco deve equilibrar inovação e segurança jurídica. Vale lembrar que a IA já vem sendo amplamente utilizada para otimizar sinistros, melhorar a experiência do cliente e aprimorar a governança de dados. “O posicionamento da CNseg é claro: a regulamentação da IA não deve criar barreiras desproporcionais que freiem a inovação, mas sim estabelecer diretrizes principiológicas que garantam segurança e previsibilidade para as empresas e consumidores”, afirmou ela.

Por fim, a atualização do “Guia de Boas Práticas do Mercado Segurador Brasileiro sobre a Proteção de Dados Pessoais” foi outro tema comentado. A CNseg ratifica que o guia não apenas auxilia as seguradoras a se adequarem às exigências regulatórias, mas também reforça o compromisso do setor com a transparência e a confiança do consumidor. Com novas diretrizes sobre temas como telemetria, decisões automatizadas e privacy by design, o documento se mostra como uma ferramenta essencial para que o mercado continue inovando de forma responsável. Não há dúvida: os dados são a matéria-prima do mercado segurador.

Glauce Carvalhal participou das discussões na companhia de Miriam Wimmer, diretora da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD); de Daniel Silva Boson, coordenador de Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a moderação de Sabrina Calixto, DPO da Prudential.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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