por Márcia Alves
O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) reuniu seus associados, em almoço fechado, no dia 4 de fevereiro, no Terraço Itália, para a realização de assembleia para aprovação de contas do exercício anterior. Na assembleia conduzida pelo mentor do CCS-SP, Álvaro Fonseca, e pelos ex-mentores Boris Ber, presidente do Sincor-SP, e Evaldir Barboza de Paula, a prestação de contas foi realizada pelo atual secretário Gilberto Januário, ex-tesoureiro na gestão passada, e por sua sucessora no cargo Ivone Arello Barbosa.
Após a aprovação das contas por unanimidade, o mentor Álvaro Fonseca abriu o debate com os associados sobre questões que deverão alterar o ecossistema de seguros, afetando a categoria. Um dos primeiros assuntos foi trazido pelo presidente do Sincor-SP, que atualizou os corretores sobre a iniciativa do sindicato de denunciar à Fenacor a atuação irregular das empresas Loovi Seguros e LTI Seguros, que se apresentam como seguradoras, mas não são.
A LTI Seguros, segundo apurou a Fenacor, é participante do sandbox (2ª edição), tendo como controladora uma das sócias da CW Technology, que se apresenta como Loovi Seguros, mas sem informar essa condição aos consumidores. Boris Ber informou que a Fenacor já fez a denúncia à Susep, solicitando a interrupção das atividades destas empresas.
Muitas mudanças
Outro tema que provocou muitos questionamentos dos associados foi a inclusão formal das APVs (Associações de Proteção Veicular) no setor de seguros, após a sanção presidencial à Lei 213/25, em janeiro, que regulamenta e disciplina o sistema de proteção patrimonial mutualista e também as cooperativas de seguros. “O assunto é delicado e ainda não totalmente entendido por mim. Tenho dúvidas sobre as novas figuras que irão surgir, sobre como serão formadas e fiscalizadas”, disse.
Tanto o Sincor-SP como o CCS-SP se colocaram à disposição dos corretores para promoverem eventos com o intuito de informar e esclarecer dúvidas sobre a chegada oficial das associações ao mercado de seguros. O associado Felippe Barretto lembrou que no passado, a saída das operadoras de saúde do âmbito de fiscalização da Susep para a então recém-criada ANS, resultou em um enxugamento do mercado. “Acredito que o mesmo acontecerá com as associações e cooperativas”, disse.
No entanto, Barretto observou que a regulamentação não elimina os erros cometidos por essas empresas até então. “Muitas têm deixado os segurados na mão”, disse. Boris Ber concordou e disse temer que tais irregularidades possam afetar a imagem do seguro e prejudicar os corretores. Apesar de considerar positiva a regulamentação, o presidente do Sincor-SP reconhece que haverá muitas mudanças. “Este é assunto que vai agitar a nossa vida daqui para frente”, disse.
Boris Ber também prevê muitas mudanças com a entrada em vigor da nova Lei de Seguros, após mais de 20 anos de tramitação. “Agora é hora de observar, de construir um novo cenário”, disse. Para o associado Antonio Penteado Mendonça, mais preocupante é o Open Insurance. “Temos questões complexas como a SPOC, que muitos não sabem o que é”, disse.
O associado Júlio Cesar Morato quis saber a opinião de Boris Ber sobre o assunto. Ele respondeu que não acredita na implantação do Open Insurance ainda neste ano e manifestou suas dúvidas sobre o funcionamento da SPOC e, ainda, se esta poderá alterar a forma como os corretores realizam cotações. “Não gosto de sofrer por antecipação, quero ver para crer”, disse.
No encerramento do evento, o ex-mentor Adevaldo Calegari elogiou o CCS-SP por promover o debate entre associados, destacando que tal iniciativa atende ao propósito de criação da entidade. Para o mentor Álvaro Fonseca, é gratificante contar com a ampla participação dos associados. Ele reforçou a disposição do CCS-SP de continuar o debate sobre os acontecimentos que estão transformando o seguro. “O Clube sempre estará à frente das principais discussões”, disse.