Setor de seguros debate taxonomia sustentável em webinar da CNseg

Fonte: CNseg

Um webinar promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) reuniu especialistas para avaliar a importância da taxonomia sustentável brasileira e o engajamento das seguradoras nesse processo de transformação ecológica

O evento, ocorrido na manhã de terça-feira (28/01), contou com a participação de Alexandre Leal, diretor técnico da CNseg, Jéssica Bastos, diretora da Susep (Superintendência de Seguros Privados), e David Batista, coordenador de taxonomias da UNEP FI (Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)

Taxonomia é um sistema de classificação que organiza assuntos em grupos com características semelhantes. No contexto ambiental, a taxonomia organiza e define quais atividades econômicas são realmente sustentáveis, com base em critérios científicos. No setor de seguros, ajuda a incentivar investimentos em práticas ecológicas e a reduzir riscos ambientais, garantindo que o dinheiro seja direcionado para negócios que realmente contribuam para um futuro mais sustentável

Os três palestrantes concordaram sobre a importância da participação ativa do setor de seguros no processo de construção da taxonomia, para que ela atenda às necessidades do contexto nacional brasileiro. A taxonomia, segundo eles, é um instrumento fundamental para integrar as finanças sustentáveis à agenda regulatória.


Foi destacado o papel das seguradoras na prevenção de riscos e no estímulo a práticas sustentáveis. Elas podem influenciar seus clientes e fazer escolhas de investimentos que impulsionem a economia verde.


O webinar enfatizou a importância de aprofundar o debate e de unir esforços para que o setor de seguros cumpra seu papel na transformação ecológica e no desenvolvimento sustentável do país. Foi informado que os cadernos técnicos da taxonomia estão disponíveis para consulta pública em uma plataforma online.


Alexandre Leal assinalou que o seguro não deve ser visto apenas como um produto de proteção financeira, mas também como um segmento que, a partir de sua especialização em gestão de riscos, pode induzir melhores práticas em seus clientes e fornecedores. Acrescentou que o setor, tendo em vista ser um dos maiores investidores institucionais, hoje detém R$ 1,8 trilhão em ativos garantidores, pode destinar parcelas desses recursos para atividades sustentáveis. Mas seu apetite, maior ou menor, acompanhará o comportamento das taxas de juros. Em consequência, quanto mais alta a Selic, os investimentos das seguradoras tendem a permanecer nas atuais aplicações de renda fixa, exigindo prêmios maiores dos investimentos verdes para atrair alocações.  


Jéssica Bastos destacou que a Susep tem trabalhado para integrar as reflexões sobre sustentabilidade em suas ações, referindo-se ao grupo de trabalho chamado “Seguros de Transformação Ecológica”. Ela enfatizou que o setor de seguros, por ser acessório à economia real, tem um papel crucial a desempenhar na indução de práticas sustentáveis e na gestão de riscos ambientais.


Já David Batista apresentou o funcionamento da taxonomia sustentável brasileira, que busca classificar atividades econômicas com base em critérios claros e objetivos, baseados em ciência. Ele mencionou que o objetivo é identificar atividades habilitadoras de uma economia mais resiliente, justa e de baixas emissões.


Batista detalhou a estrutura de governança da taxonomia, que envolve diversas organizações, incluindo órgãos governamentais, consultores e entidades da sociedade civil. Ele ressaltou a importância do processo de consulta pública para o aprimoramento da taxonomia e incentivou a participação de todos, principalmente as seguradoras.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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