OCB celebra avanço e espera por regulamentação em 2025

Com a regulamentação no horizonte, a cooperativa celebra o avanço e se prepara para um futuro promissor, marcado por inovação, proximidade com os cooperados e um mercado cada vez mais diversificado

O setor de cooperativas no Brasil comemora a aprovação da PLP 143/2024, que regulamenta as sociedades cooperativas de seguros. O marco legal é visto como um passo importante para consolidar o papel das cooperativas no mercado e impulsionar seu crescimento. Com otimismo, Ricardo Balbinot, Professor de Seguros Rurais da ENS e diretor Institucional da OCB-MT, aguarda a definição das regras complementares pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), prevista para o início de 2025.

Para ele, a regulamentação é um divisor de águas para o setor. “O avanço da legislação permite que as cooperativas se estruturem para atender às necessidades dos cooperados com um modelo de negócio diferenciado e inclusivo”, afirmou.

Embora a lei já esteja aprovada, o próximo desafio é a regulamentação pelas autarquias responsáveis. “Os grupos de trabalho estão em andamento, e acredito que as regras serão conhecidas ainda no primeiro trimestre de 2025. O processo de autorização depende da regulamentação, que poderá incluir particularidades do segmento, influenciando nas análises de registro perante o Sistema OCB”, explicou Balbinot.

As cooperativas de seguros deverão cumprir normas semelhantes às das seguradoras, como a composição de reservas técnicas e capital mínimo. “O custo de capital, incluindo reservas técnicas e despesas administrativas, naturalmente influencia o preço final do seguro, mas isso faz parte do equilíbrio necessário para a sustentabilidade do setor”, destacou.

Balbinot também acredita que a experiência do mercado consolidado será uma referência importante para o desenvolvimento das cooperativas. “Os órgãos reguladores precisam observar critérios proporcionais ao porte e à relevância sistêmica das instituições, garantindo que o segmento se desenvolva com segurança e eficiência”, disse.

O modelo híbrido das cooperativas, que combina atendimento presencial e digital, é visto como um diferencial estratégico. “As cooperativas mantêm o relacionamento próximo com as comunidades, enquanto utilizam a tecnologia para oferecer serviços de maneira eficiente. Esse equilíbrio permite atender tanto clientes que valorizam a presença física quanto os que preferem o digital”, analisou Balbinot.

Com cerca de 25% da população brasileira já envolvida com o cooperativismo, as expectativas para o segmento de seguros são positivas. “Acredito que o público que já tem alguma relação com o cooperativismo dará preferência às cooperativas de seguros. Além disso, produtos como saúde, automóvel, vida, residencial e agrícolas devem compor um portfólio robusto e competitivo”, afirmou.

A nova regulamentação mantém a participação dos corretores de seguros no modelo cooperativo. “Nada muda em relação à distribuição por corretores. Eles continuarão desempenhando um papel importante no fortalecimento do segmento”, ressaltou Balbinot.

O especialista reforça que, apesar da crescente digitalização, o relacionamento humano será um elemento-chave para o sucesso das cooperativas de seguros. “O mercado global de seguros mostra que a etapa final de decisão é relacional. Esse aprendizado será essencial para o desenvolvimento do segmento no Brasil”, concluiu.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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