Seguradoras investem R$ 20 bilhões em inovação em 2024, com foco em produtos e serviços

O valor é equivalente a 2,63% da arrecadação do setor

O mercado segurador brasileiro contabiliza investimentos estimados em quase R$ 20 bilhões para 2024, segundo o 1º Estudo sobre Inovação no Mercado de Seguros realizado pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). Esse montante, que inclui aportes em insurtechs, tem sido direcionado majoritariamente para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, visando atrair consumidores e ampliar o acesso ao seguro.

De acordo com o levantamento, 71% das seguradoras entrevistadas declararam que aumentaram os recursos em inovação em 2024. O valor previsto, R$ 19,6 bilhões, representa 2,63% da arrecadação projetada do setor, estimada em R$ 746 bilhões. Em 2023, os investimentos já haviam alcançado R$ 16,7 bilhões, o que demonstra um crescimento expressivo na busca por competitividade tecnológica.

A pesquisa feita em parceria com a consultoria Capegmini entrevistou 24 executivos das empresas associadas à CNseg que representam R$ 368 bilhões em arrecadação em 2023 e 55% do market share do setor, entre os dias 12 de agosto e 08 de outubro de 2024. 

Em entrevista coletiva realizada no Rio de Janeiro, Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, afirmou que “a inovação no setor de seguros é parte estratégica das empresas, integrando diversas áreas e contando com a colaboração de parceiros do mercado. Isso reforça o compromisso do setor com a transformação digital e a competitividade a longo prazo”.

Desde 2015, antes mesmo de a regulação permitir a venda de seguros online sem uso de papel, as seguradoras têm investido pesado em tecnologia. O objetivo central é oferecer ao consumidor uma experiência semelhante à de serviços como streaming, delivery de comidas e aplicativos de mobilidade urbana, em que poucos cliques são suficientes para acessar serviços essenciais.

“O setor segurador está pavimentando o caminho para consolidar sua liderança tecnológica. Estamos falando de transformar a experiência do usuário, tornando-a ágil e intuitiva, com base em inovação e tecnologia de ponta”, destacou Alexandre Leal, diretor Técnico, de Estudos e Relações Regulatórias da CNseg.

Essa busca por inovação reflete-se também no investimento em insurtechs, que têm se tornado parceiras estratégicas na criação de soluções disruptivas. A maior parte dos recursos tem sido direcionada para a modernização de produtos e serviços, com foco em melhorar a experiência do cliente e aumentar o acesso ao seguro no Brasil.

O estudo revela que 67% das seguradoras destinam entre 1% e 5% de suas receitas para inovação, patamar acima da média de outros setores da economia. No entanto, apenas 8% investem mais de 5% da arrecadação, número ainda inferior ao de empresas mais inovadoras em outros segmentos, onde 22% superam essa faixa.

Outro destaque do levantamento foi a maturidade do setor em relação à governança da inovação. Cerca de 92% das seguradoras adotam modelos híbridos, que combinam recursos internos e externos, e 84% afirmaram ter alcançado suas metas de melhoria na experiência do cliente.

“Para nós, esta pesquisa mostra que o setor segurador brasileiro demonstra que inovação não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para se conectar com as expectativas do consumidor moderno e garantir sua relevância no futuro. Quem não investir em inovação certamente estará fadado a ficar para trás”, sentenciou Oliveira.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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