Infraestrutura interligada com as mudanças climáticas está no foco da corretora de seguros Marsh

Entre as prioridades para o próximo ano, também estão os segmentos de Gestão de Benefícios, Cyber, Garantia, Crédito

O ano de 2024 foi marcado por desafios e oportunidades para o mercado de seguros. Na avaliação de Paula Lopes, presidente da Marsh no Brasil, a companhia manteve sua trajetória de crescimento e reposicionamento estratégico. “A Marsh, que sempre foi uma empresa completa em termos de produtos e de geografias, seguiu buscando penetração e aumento de share em regiões economicamente estratégicas do país. Queremos estar bem próximos do Sul, para ajudar na recuperação da região, além do interior de São Paulo, que tem o agribusiness como um propulsor para a economia do país.”

A executiva destaca que, em um ano de transformações, a empresa assumiu um papel ainda mais consultivo, ajudando os clientes a aproveitar as melhores oportunidades em gestão de riscos e seguros. “Foi um ano de reposicionamento da estratégia, com muito foco em desempenhar um papel consultivo para os clientes, aproveitando as melhores oportunidades de gestão de risco e de seguros que surgem neste ambiente em transformação.”

Entre os avanços de 2024, Paula cita a introdução de inovações como seguros paramétricos e o uso de inteligência artificial. “A Marsh, juntamente com o mercado segurador, está se transformando, oferecendo oportunidades para os clientes se destacarem em um cenário competitivo e dinâmico”, afirmou.

O portfólio de produtos e serviços da Marsh também evoluiu, com destaque para as áreas de consultoria de riscos, Cyber e Marine. “Estamos com nossa gama de serviços em alta na parte de consultoria de riscos, sendo capazes de aportar valor no processo do cliente, especialmente nas áreas de seguros e gerenciamento de riscos.” Paula ressalta que a crescente preocupação com mudanças climáticas abriu novas oportunidades. “A visão das mudanças climáticas trouxe uma oportunidade com clientes, que agora nos procuram para ajudá-los a entender os riscos e trazer as soluções.”

Sobre o mercado segurador, Paula avalia que 2024 apresentou uma desaceleração no crescimento do setor, mas trouxe também novas possibilidades. “O mercado de riscos corporativos do Brasil deve crescer abaixo de 10% em 2024, uma desaceleração em relação aos anos anteriores. Porém, embora haja desaceleração, existem oportunidades em diferentes linhas de negócio.” Ela observa que o ambiente econômico, marcado pelo aumento da taxa de juros, contribuiu para o controle da inflação, mas limitou os investimentos estruturais no país, impactando o mercado de seguros.

Ainda assim, a competição entre seguradoras, resseguradoras e brokers trouxe benefícios para os clientes. “Houve um aumento de competição entre seguradoras e resseguradores, colocando bastante pressão nas taxas e condições”, afirmou Paula. Além disso, a análise de risco em propriedades evoluiu devido aos impactos crescentes dos eventos climáticos. “A análise de risco em propriedades tem se sofisticado, com modelos avançados ajudando seguradoras a ajustar preços de forma mais precisa.”

Para 2025, a Marsh planeja intensificar sua atuação em inovação tecnológica e novos produtos. “Será um ano no qual a Marsh conseguirá trazer várias inovações tecnológicas importantes para os clientes, reduzindo o tempo de resposta e diminuindo processos internos.” A empresa também dará atenção à adequação de contratos e às recentes mudanças regulatórias no setor, como a nova legislação para seguros de transporte rodoviário. “Essas mudanças visam aumentar a segurança e a responsabilidade no transporte de mercadorias”, explicou Paula.

Entre as prioridades para o próximo ano, estão os segmentos de Gestão de Benefícios, Cyber, Garantia, Crédito e Infraestrutura. “A parte de Infraestrutura, interligada com as mudanças climáticas, ajudando todo o escoamento do agribusiness, também é nosso foco.” A executiva reforça que o Brasil possui um enorme potencial de crescimento no setor de seguros e que a estabilidade econômica será essencial para alcançar os objetivos até 2030. “Temos que ter um ambiente de estabilidade econômica e fiscal para termos mais investimentos no país”, pontuou.

“O ponto principal é conseguirmos melhorar a experiência do cliente em todos os elos da cadeia. Apólices emitidas de forma correta, regulações de sinistros feitas com clareza e pagamentos de sinistros em tempo são fundamentais para um mercado mais estável e confiável.”

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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