A estratégia da AXA no Brasil de estar no Top 5 de suas linhas prioritárias até 2027 foi mantida em 2024 e consolidou o caminho para obter resultados expressivos também em 2025. “No final de outubro, a companhia já tinha obtido o mesmo volume de prêmios que fizemos em todo o ano de 2023 e, até o fim de dezembro, alcançaremos o crescimento planejado, mantendo os dois dígitos ano após ano”, conta a CEO Erika Medici, em entrevista ao Sonho Seguro.
O ano de 2024 foi marcado por grandes desafios para o setor de seguros no Brasil, especialmente devido à catástrofe das enchentes no Rio Grande do Sul, que colocou as mudanças climáticas definitivamente no foco do mercado. Apesar disso, o setor manteve-se resiliente e registrou crescimento. “Mesmo diante desses desafios, vemos que o segmento está firme e se manteve em crescimento”, destacou Erika. As seguradoras arrecadam R$ 361 bilhões de janeiro a outubro de 2024, crescimento de 13,1% em relação ao mesmo período de 2023, segundo dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Os investimentos em tecnologia seguem na prioridade do orçamento da AXA, com avanços na digitalização dos produtos e agilidade na implantação de novas parcerias de afinidades. “Isso nos permite ampliar nossa capilaridade e nos aproximar de novos perfis de corretores e clientes”, afirmou. Segundo ela, a companhia também adotou estratégias para expandir o acesso ao seguro, especialmente para populações de baixa renda ou difíceis de alcançar, como parte de suas metas ESG. “Entendemos o canal de parcerias como um dos principais motores para ampliar essa fatia”, disse. Para isso, buscaram cooperativas de crédito, varejistas e fintechs que pudessem contribuir com essa missão.
Entre as iniciativas, Erika mencionou o trabalho com o CEAPE, uma OSCIP sediada no Maranhão que realiza microcréditos produtivos orientados como estratégia de combate à pobreza. “Atuamos com eles oferecendo produtos como proteção financeira, seguro de vida em grupo e residencial. Queremos ampliar nossa penetração nesse tipo de parceiros, levando o seguro para consumidores onde o impacto se mostra ainda maior.”
A executiva avalia que as reformas e os investimentos públicos anunciados pelo governo, como projetos de infraestrutura e programas de habitação impulsionaram linhas específicas de seguros, como engenharia e garantias. Contudo, ela pontua que “o potencial completo desses investimentos ainda não foi sentido, e há uma necessidade de maior sinergia entre os setores público e privado para acelerar o impacto. A AXA segue atenta às oportunidades e promovendo o diálogo para contribuir com soluções que ajudem a desenvolver o país.”
A inovação foi outro destaque da AXA em 2024. “Lançamos plataformas digitais para produtos como E&O, D&O e Responsabilidade Civil Geral, e devemos começar 2025 com outras novidades nesse campo”, revelou Erika. Além disso, a companhia trouxe para o mercado o seguro de Riscos Cibernéticos, uma linha com grande capacidade de crescimento. “Em 2025, traremos o nosso seguro Property renovado para incluir riscos da cadeia produtiva de energias renováveis e novidades em outras linhas dentro da vertical AXA Verde, apoiando a transição para uma economia mais sustentável.”
Para 2025, Erika destaca a diversificação dos canais de distribuição e o fortalecimento do compromisso ESG como prioridades. “A digitalização continua sendo uma aliada para tornarmos a operação mais simples, chegando a mais locais e ampliando nossa base de corretores”, explica.
A sustentabilidade segue firme na pauta da subsidiária francesa. “O AXA Verde também será central nos próximos passos da companhia. O mercado segurador é um ator importante no cenário de mudanças climáticas e podemos não só contribuir com o fortalecimento de negócios sustentáveis, como também devemos estar inseridos em debates sobre soluções que busquem mitigar os efeitos e consequências de eventos extremos.”
Segundo Erika, para avançar num mercado tão potencial como o Brasil, é preciso pensar em respostas que tragam segurança não só para os negócios, mas também para as pessoas e para o meio ambiente. “É mandatório adaptar os produtos a novas realidades e demandas para reduzirmos o Gap de proteção da sociedade brasileira”.