CEO’s da Swiss Re projetam tendências que moldarão o setor de resseguros em 2025

As perspectivas destacam a complexidade crescente do cenário global e a necessidade de inovação e colaboração para enfrentar os desafios emergentes no setor

Os líderes das unidades de negócios da Swiss Re destacaram, em uma visão conjunta, os principais temas que devem influenciar a indústria de seguros e resseguros em 2025. O setor enfrenta um cenário marcado por instabilidade geopolítica, tensões sociais e incertezas econômicas, fatores que prometem aumentar a frequência e gravidade dos sinistros.

Perdas por catástrofes naturais em alta
De acordo com o Swiss Re Institute, 2024 foi o quinto ano consecutivo em que as perdas seguradas por desastres naturais superaram a marca de US$ 100 bilhões. Não há indícios de desaceleração dessa tendência, o que reforça a urgência de medidas mais robustas de proteção e gestão de riscos.

Inflação social no radar
A chamada “inflação social” continuará a preocupar seguradoras e resseguradoras em 2025. Dados do Swiss Re Institute mostram que os sinistros de responsabilidade civil nos Estados Unidos aumentaram 57% na última década, com um crescimento consistente no número de “vereditos nucleares” – sentenças acima de US$ 10 milhões.

Seguro de vida lidera crescimento global
Com taxas de juros ainda elevadas, o seguro de vida deverá ser o principal motor do crescimento dos prêmios globais em 2025 e 2026, com projeção de aumento de 3% ao ano. O cenário permanece favorável para a rentabilidade das seguradoras, apesar da moderação na inflação.

Urs Baertschi, CEO de Resseguros P&C – “O papel da indústria de seguros é proteger mais pessoas quando elas mais precisam, e isso continua sendo vital. Em meio a incertezas geopolíticas e tensões territoriais, os riscos estão se tornando mais severos. Políticas comerciais protecionistas devem desacelerar o crescimento global, aumentando a inflação e provocando potenciais rupturas nas cadeias de suprimentos. Ao mesmo tempo, esperamos perdas crescentes por catástrofes naturais e litígios elevados. À medida que a incerteza aumenta, a necessidade de proteção também cresce. Nesse contexto, as seguradoras precisam do suporte dos resseguradores além da transferência de risco tradicional, com insights, ferramentas e conhecimento que aprimorem a gestão de riscos.”

Paul Murray, CEO de Resseguros L&H – “Seguradoras de vida e saúde continuarão a crescer de forma constante em 2025 – talvez não nos níveis recordes de 2024, mas acima da média histórica. Com os rendimentos de renda fixa ainda robustos, as perspectivas de lucratividade permanecem sólidas, mesmo com a inflação moderada. Vejo também mais oportunidades para as seguradoras de vida otimizarem seus balanços e impulsionarem novos negócios com o uso do resseguro, especialmente à medida que muitas avaliam os impactos da adoção do IFRS.”

Ivan Gonzalez, CEO de Soluções Corporativas – “No segmento de seguros comerciais, três temas-chave moldarão o próximo ano: em primeiro lugar, as corporações continuarão a adaptar sua gestão de riscos às tendências de perdas intensificadas por mudanças climáticas e inflação social. Em segundo, com os preços em patamares atrativos, as seguradoras precisarão encontrar formas inovadoras de apoiar seus clientes. Por fim, o equilíbrio entre seguros primários, resseguros e soluções alternativas de transferência de risco será crucial para fortalecer a resiliência de seguradoras e empresas.”

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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