Perdas econômicas já superam R$ 37,3 bi no Brasil em 2024

Os maiores danos foram atribuídos às enchentes no Rio Grande do Sul, aos incêndios e à seca

Aon plc (NYSE: AON), líder global em serviços profissionais, revela em seu mais recente Global Catastrophe Recap Report, que os desastres naturais no Brasil provocaram prejuízos que somaram US$ 6,4 bilhões no período de janeiro a setembro de 2024, uma redução de 57% em comparação com 2023, quando a seca histórica na região da bacia hidrográfica do Rio da Prata já havia provocado prejuízos de mais de US$ 10 bilhões.

O relatório ressalta os eventos catastróficos significativos que impactaram o país, com destaque para o prejuízo de US$ 5 bilhões provocado pelas enchentes no estado do Rio Grande do Sul entre 28 de abril e 3 de maio, as queimadas que atingiram a vegetação brasileira entre janeiro e setembro, resultando em danos estimados de US$ 360 milhões e a seca histórica, que gerou perdas no valor de US$ 470 milhões.

Beatriz Protásio, CEO de Resseguros da Aon no Brasil, comentou: “Os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e das queimadas que ocorreram em diversas regiões do Brasil reforçam a necessidade de estratégias de resiliência climática no país. É necessário direcionar esforços para que infraestruturas estejam melhor preparadas diante das intempéries do clima, além de medidas de mitigação dessas ameaças, como a modelagem catastrófica e a contratação de instrumentos de transferência de riscos para impactos derivados do clima. Ações que podem reduzir prejuízos econômicos e apoiar a sociedade a se reestabelecer diante de eventos extremos.”

Impactos globais

Os desastres naturais em todo o mundo resultaram em perdas econômicas superiores a US$ 258 bilhões de janeiro a setembro de 2024, uma redução em relação à média do século XXI de US$ 276 bilhões e significativamente inferior às perdas registradas no mesmo período de 2023 (US$ 351 bilhões).

A lacuna de proteção de seguros foi estimada em 60%, cerca de 154 bilhões de dólares, uma das mais baixas já registradas no período, resultado da maior contribuição das perdas seguradas nos Estados Unidos. O relatório também mostra que, globalmente, as perdas econômicas seguradas até o final de setembro de 2024 foram de, pelo menos, US$ 102 bilhões, valor bem acima da média do século XXI de US$ 79 bilhões. Os prejuízos provocados pelo furacão Milton, o segundo mais forte já registrado no Golfo do México, e de eventos adicionais esperados para o restante do ano, provavelmente levarão as perdas seguradas anuais totais acima do nível de 2023 (US$ 125 bilhões).

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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