F/Seguros tem metas ambiciosas: formar 50 mil vendedores e expandir o projeto para 16 favelas

Iniciativa inédita da MAG Seguros em parceria com a Favela Holding visa democratizar o acesso a produtos de proteção financeira

A inclusão financeira e social avança nas favelas brasileiras com o projeto F/Seguros, uma iniciativa inédita da MAG Seguros em parceria com a Favela Holding. Visando democratizar o acesso a produtos de proteção financeira, o projeto toma forma. A seguradora está em sua fase piloto e já iniciou a comercialização de seus produtos direcionados, com a capacitação de moradores de algumas das maiores favelas do país, como Rocinha, Complexo da Penha, Brasilândia e Paraisópolis, para atuar como consultores de seguros, contou Ronaldo Gama, diretor de Planejamento Comercial da MAG Seguros, que participou do evento Expo Favala Rio, realizado de 8 a 10 de novembro, na Cidade das Artes, Barra da Tijuca.

Com uma meta de alcançar até 10 milhões de seguros comercializados nos próximos cinco anos, a F/Seguros tem o objetivo de capacitar 5 mil moradores para se tornarem especialistas em proteção financeira em suas próprias comunidades. Em entrevista ao Sonho Seguro, Gama compartilhou os avanços do projeto, destacando o potencial transformador que o acesso ao seguro representa para esses territórios, onde a segurança financeira ainda é um desafio.

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Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Após o lançamento em julho, quais foram os principais avanços na implementação da F/Seguros nas favelas? Qual é a fase atual do projeto e o que ainda falta para que o lançamento seja completo?

Desde o lançamento em julho, avançamos em etapas fundamentais para consolidar a marca. Atualmente, estamos implementando pilotos em quatro favelas — Rocinha, Complexo da Penha, Brasilândia e Paraisópolis — onde designamos líderes locais para conduzir as operações. Cada líder, após a fase de pilotagem, formará uma equipe de até dez vendedores para expandir a presença e o atendimento. Essa fase é essencial para avaliarmos o nível de aceitação e o interesse nas soluções oferecidas, e os resultados iniciais têm sido encorajadores. No momento, seguimos refinando ferramentas digitais e completando o treinamento dos times, com a previsão de lançamento ao público ainda neste ano.

Quais produtos já estão prontos para serem comercializados? Algum produto específico teve prioridade?

Priorizamos produtos acessíveis e essenciais para os moradores das favelas, focando em segurança e dignidade financeira. Inicialmente, estamos oferecendo serviços de assistência funeral, seguros de vida com coberturas básicas e telemedicina, produtos com valores acessíveis e que visam proporcionar proteção e tranquilidade a essas famílias.

Além do seguro de vida, título de capitalização e auxílio-funeral, há planos para incluir outros tipos de seguros?

Sim, planejamos expandir gradualmente o portfólio. Em breve, pretendemos adicionar coberturas adicionais no seguro de vida e produtos de saúde. Em uma etapa posterior, consideramos incluir ramos elementares, adaptados às necessidades e realidades das favelas.

Existe uma data prevista para o lançamento oficial ao público?

Após o projeto piloto, nossa prioridade é garantir a qualidade dos produtos, treinamento da equipe e adequação das ferramentas digitais. Durante essa fase, realizamos testes e ajustes para entregar uma oferta estável e atrativa para vendedores e clientes.

Como será o processo de venda dos seguros? Os produtos serão oferecidos presencialmente ou por meio digital, como aplicativos ou plataformas móveis?

Embora utilizemos ferramentas digitais, priorizamos vendedores locais capacitados por nós. Cada favela terá um líder, indicado pela CUFA, responsável por montar uma equipe de vendas de até dez pessoas residentes da região, facilitando o relacionamento com os moradores.

Como foi o processo de treinamento dos moradores das favelas para atuarem como corretores? Quantas pessoas foram capacitadas até agora? Quais são as expectativas e os desafios na formação desses corretores locais?

Estamos capacitando os líderes locais, com quatro selecionados para treinamento intensivo em gestão, vendas e atendimento. Acreditamos que essa abordagem gradual fortalecerá a equipe, garantindo uma operação de alta qualidade.

Como essa parceria pretende impactar a segurança financeira e a qualidade de vida dos autônomos e empreendedores que lideram famílias nesses territórios?

Nosso objetivo é proporcionar segurança financeira para famílias das favelas, oferecendo uma fonte de renda digna para vendedores locais e melhorando a qualidade de vida. O seguro de vida garante apoio em momentos difíceis, beneficiando compradores e vendedores e trazendo dignidade para todos.

Como a CUFA está contribuindo para a viabilização e o fortalecimento do projeto?

A CUFA é uma parceira essencial, ajudando na identificação e formação de recursos humanos. Enquanto a MAG Seguros traz expertise em seguros e formação profissional, a CUFA oferece conhecimento profundo sobre as favelas e seus moradores, possibilitando a seleção de pessoas com potencial para uma carreira sólida no mercado de seguros.

Quais são as metas de longo prazo para a F/Seguros em termos de expansão para outras comunidades no Brasil? Como a MAG avalia a sustentabilidade desse modelo de negócio focado em microsseguros e inclusão financeira?

Nossas metas são ambiciosas: formar até 5 mil líderes e 50 mil vendedores, expandindo o projeto para mais 16 favelas. A sustentabilidade do modelo se baseia em crescimento escalável, aprimoramento contínuo de processos e indicadores de gestão robustos. Acreditamos que a F/Seguros pode se consolidar como uma solução prática e confiável em todo o Brasil.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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