Demanda por profissionais de seguros segue aquecida em 2025

Seguradoras de grandes riscos, operadoras de saúde, resseguradoras e corretoras lideram as contratações

Com a taxa de desemprego em níveis historicamente baixos, o mercado brasileiro de seguros está enfrentando desafios crescentes para atrair e reter talentos qualificados. Para ajudar empresas e profissionais a se adaptarem a este cenário, o novo Guia Salarial 2025 da Robert Half revela tendências de recrutamento e projeções salariais para o setor.

Ana Carla Guimarães, diretora de recrutamento executivo da Robert Half, destaca que as áreas atuarial, de crédito e risco, comercial e de subscrição estão em alta e lideram a procura por profissionais capacitados. “O mercado de seguros segue em forte expansão, com o setor de vida e segmentos relacionados, como saúde e bens de consumo, atuando como impulsionadores importantes”, afirma Guimarães em nota divulgada. A executiva enfatiza que o crescimento robusto também traz desafios, como a escassez de profissionais especializados.

Para Sara Santos, gerente da Robert Half, o setor de seguros, antes visto como conservador, está em um período de transformação digital e busca personalização de serviços. “Observamos que as seguradoras estão intensificando a inovação para criar produtos e serviços alinhados às novas expectativas dos consumidores. Este movimento reflete a evolução do mercado para um formato mais dinâmico e voltado para o impacto positivo na vida das pessoas”, analisa Santos.

Escassez de talentos e “guerra” pelo perfil ideal

Com uma taxa de desemprego de 3,5% entre profissionais com mais de 25 anos e ensino superior completo, o setor vive uma “guerra” por talentos. A demanda é por um perfil resiliente, estratégico e “mão na massa”, explica Guimarães. “Desenvolver adaptabilidade e trabalhar em diversos cenários são diferenciais importantes para quem quer se destacar”, comenta.

A transformação digital no setor segurador passa pela adoção de novas tecnologias, incluindo Inteligência Artificial (IA). Segundo Guimarães, a IA tem potencial para otimizar operações e personalizar o atendimento ao cliente, embora o domínio completo dessas ferramentas ainda não seja essencial. “É importante que os profissionais demonstrem interesse e busquem conhecimento sobre essas inovações, já que a tecnologia se tornou um pilar competitivo no mercado”, destaca a diretora.

A discussão sobre o formato de trabalho permanece em aberto no setor de seguros. Enquanto algumas empresas defendem o retorno ao escritório, outras optam pelo modelo híbrido. Santos pondera que as companhias que escolherem o retorno 100% presencial precisarão oferecer propostas de valor que justifiquem a mudança. “A flexibilidade é cada vez mais valorizada pelos profissionais, e a decisão final depende de uma proposta que realmente faça sentido para o candidato”, afirma.

O Guia Salarial 2025 da Robert Half revela que o setor de seguros está aquecido, especialmente em seguradoras de grandes riscos, operadoras de saúde, resseguradoras e corretoras. Os cargos mais procurados incluem Diretor(a) Financeiro(a), Gerente de Subscrição, Executivo(a) de Contas e Gerente Atuarial. As habilidades técnicas mais demandadas abrangem subscrição de seguros, avaliação atuarial, regulamentação e análise de dados. Em termos de remuneração, os salários anuais para alguns cargos estão previstos entre:

  • Diretor Financeiro: R$ 39.450 – R$ 59.270
  • Gerente de Subscrição: R$ 16.120 – R$ 24.280
  • Gerente Atuarial: R$ 15.540 – R$ 23.400
  • Executivo de Contas: R$ 9.780 – R$ 14.830

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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