O setor de capitalização no Brasil ultrapassou a marca de R$ 40 bilhões em reservas técnicas, um feito histórico que destaca a relevância deste segmento para a economia nacional. A Federação Nacional de Capitalização (FenaCap) anunciou os números durante um encontro com jornalistas especializados no SindsegSP, em São Paulo, nesta quarta-feira (16/10). O presidente da entidade, Denis Moraes, reforçou a importância da capitalização no estímulo à disciplina financeira e injeção de recursos na economia, especialmente em momentos de resgates e sorteios.
Em meio às comemorações pelos 95 anos de operação no país, a capitalização acumula resultados positivos, com crescimento contínuo ao longo de sete meses consecutivos. Entre janeiro e julho de 2024, o setor arrecadou R$ 17,89 bilhões, um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior. Os resgates pagos totalizaram R$ 14,16 bilhões, enquanto os sorteios alcançaram R$ 1,06 bilhão, refletindo incrementos de 13,5% e 21,3%, respectivamente. Esses números representam mais de R$ 15 bilhões injetados na economia, beneficiando tanto famílias quanto empresas.
A FenaCap também apresentou uma estimativa otimista para o futuro do setor. Segundo estudo “Estimativa de Potencial de Mercado”, a arrecadação da capitalização pode chegar a R$ 91 bilhões até 2028, três vezes maior do que o faturamento atual. O estudo ainda prevê o pagamento de R$ 69 bilhões em resgates e R$ 5,8 bilhões em sorteios, além de reservas técnicas que devem alcançar R$ 111,4 bilhões.
Moraes destacou a versatilidade da capitalização ao longo das últimas décadas, mencionando a capacidade do setor de se reinventar e inovar. Um exemplo recente é o sucesso da modalidade Instrumento de Garantia, que arrecadou R$ 1,87 bilhão de janeiro a julho, oferecendo uma alternativa ao fiador em contratos de aluguel e outras negociações. Outro destaque foi a Filantropia Premiável, que registrou R$ 2,36 bilhões em arrecadação, com repasses de R$ 1,1 bilhão a entidades filantrópicas, um aumento de 29,5% em relação ao ano passado.
O Sudeste liderou a arrecadação por região, com R$ 10,24 bilhões, seguido pelo Sul (R$ 3,35 bilhões), Nordeste (R$ 1,94 bilhão), Centro-Oeste (R$ 1,61 bilhão) e Norte (R$ 750 milhões). O cenário promissor reflete o papel da capitalização como um importante motor para o crescimento econômico do país, com perspectiva de expansão significativa nos próximos anos.