A corretora Aon intermediou uma apólice de seguro inovadora em parceria com a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), que acionou, pela primeira vez, um pagamento para financiar respostas emergenciais a desastres naturais.
A apólice faz parte de um mecanismo pioneiro que oferece suporte financeiro ao fundo de emergência da FICV (DREF) e permite que a ajuda humanitária seja ampliada, mesmo diante de eventos extremos, como enchentes, incêndios florestais e ciclones.
Este foi o primeiro pagamento de seguro ligado ao DREF, após as demandas por ajuda humanitária superarem o limite de franquia do fundo. O pagamento foi anunciado pela subsecretária-geral de Relações Globais e Diplomacia Humanitária da FICV, Nena Stoiljkovic, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
O fundo, que oferece suporte financeiro imediato para desastres de menor escala, normalmente enfrenta dificuldades para atender a todas as demandas antes do fim do ano. Em 2023, o fundo não atingiu o limite de acionamento, mas, em 2024, as demandas cresceram consideravelmente. A alocação de recursos para responder ao Super Tufão Yagi na Ásia, junto a quase 100 operações em resposta a desastres naturais ao longo do ano, elevou os gastos acima de US$ 39,2 milhões, ativando o seguro. Agora, o fundo conta com US$ 17,8 milhões adicionais para atender novas emergências até o final do ano.
“Três semanas atrás, em Béchar, Argélia, enchentes deixaram 2 mil famílias desabrigadas. A FICV estava lá para fornecer abrigo, cobertores, comida e água, como faz há mais de 100 anos ao redor do mundo. Mas, desta vez, a ajuda foi financiada por seguradoras do outro lado do mundo, resultado de um programa inovador de gerenciamento de risco iniciado pela FICV, intermediado pela Aon e financiado por doadores internacionais, incluindo o UK FCDO”, comentou Eric Andersen, presidente global da Aon, em nota.
O executivo destacou a importância dessa ação e avisou que este não será o último. “Devido ao clima e outros riscos, enchentes na Argélia, tufões no Vietnã e incêndios florestais na Bolívia deixaram 43 milhões de pessoas impactadas por desastres somente em setembro. Na Aon, acreditamos que o financiamento não deve, e não pode, interromper a ajuda emergencial. A apólice de seguro FICV-DREF expande o impacto e a escala da ajuda emergencial da FICV e é a prova de que o setor privado pode fazer mais para apoiar organizações humanitárias e as populações mais vulneráveis do mundo”, acrescentou.
De acordo com a Aon, esse modelo inovador de seguro, possibilitado pela colaboração entre o setor privado e doadores internacionais, promete ampliar o impacto da resposta humanitária a desastres, especialmente em um cenário de riscos crescentes relacionados ao clima.