Ações de re/seguradoras caem com temor da força do furacão Milton

A queda no preço das ações pode indicar que o mercado espera uma perda para a indústria acima de US$ 50 bilhões

Se o furacão Milton continuar direcionado para a área de Tampa Bay, isso poderá ser um grande teste para todo o mercado de seguros e resseguros, de acordo com analistas da Evercore ISI.

Um grande teste para os mercados de seguros e resseguros provavelmente seria igualmente desafiador para os títulos vinculados a seguros (ILS), dado que uma parte das perdas resseguradas e quaisquer reivindicações de retrocessão certamente teriam repercussões para os títulos de catástrofe e outros instrumentos de ILS.

Para o Brasil, que ainda aguarda autorização da Susep (Superintendência de Seguros Privados) para que seguradoras especializadas possam atuar com derivativos de catástrofes, ou Letras de Risco em Seguro (LRS), será uma lição observar como estes títulos podem ajudar em um momento de grande perda. Ou aprender como ser uma ajuda e não apenas uma discussão sobre de quem é a responsabilidade dos danos causados por uma catástrofe de grandes dimensões.

Refletindo esse teste extremo, os preços das ações de empresas de resseguros caíram ontem, com algumas empresas das Bermudas, como a RenaissanceRe, caindo quase 10%. Hoje, Munich Re recuava 1% no início do pregão, e Swiss Re 0,5%, mas fecharam em alta. Já nos EUA, algumas seguradoras registram queda, segundo levantamento feito pelo especialista Einar Riveiro, a pedido do Sonho Seguro.

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Alguns analistas agora sugerem que pode ser uma oportunidade histórica de compra para aqueles corajosos o suficiente para investir enquanto o Milton se aproxima da costa, estimando que a queda no preço das ações pode indicar que o mercado espera uma perda para a indústria acima de US$ 50 bilhões.

“A tempestade é um desdobramento após uma temporada de furacões geralmente mais baixa do que o esperado e tem o potencial de ser um grande evento de perdas para o mercado de seguros”, comentaram analistas da Evercore ISI explicaram sobre o Milton, informa o portal Artemis.

Em resumo, os analistas da Evercore ISI afirmam que um furacão de categoria 4 atingindo Tampa Bay é um grande teste para todo o mercado de seguros e resseguros após a reavaliação dos últimos anos, com RNR, EG e ACGL provavelmente sendo as mais impactadas entre as que acompanhamos.”

No entanto, eles também acrescentam que, “embora o furacão Milton seja um evento negativo, o desdobramento disso pode ser menos negativo ou até positivo para as taxas de seguro de propriedade em 1º de janeiro, dependendo da quantidade de danos causados pela tempestade. Isso também pode ajudar a trazer mais disciplina ao mercado primário, onde os aumentos das taxas de propriedade estão moderando.”

Alguns analistas agora sugerem que pode ser uma oportunidade histórica de compra para aqueles corajosos o suficiente para investir enquanto o Milton se aproxima da costa, estimando que a queda no preço das ações pode indicar que o mercado espera uma perda para a indústria acima de US$ 50 bilhões.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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