Em um contexto de intensas transformações globais e regionais, o painel “Oportunidades do Brasil nos Setores da Indústria e Serviços”, parte do Lide Brazil Conference, em Londres, traz à tona um tema crucial para a agenda de desenvolvimento do Brasil: a atração de investimentos. O evento conta com a participação de Dyogo de Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), que se junta a outros líderes para debater o papel estratégico dos investimentos no fortalecimento de setores chave da economia brasileira.
Para uma nação com lacunas em infraestrutura, urbanização, distribuição de renda e educação, a atração de investimentos é um caminho indispensável. Não se trata apenas de solucionar gargalos econômicos, mas de fomentar um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável. Como destacou Oliveira, “a atração de investimentos para o Brasil é uma necessidade urgente, considerando que temos ainda muito a avançar em termos de infraestrutura e desenvolvimento socioeconômico.”
Em consonância com as palavras da Ministra Isabela, Oliveira frisou que é essencial evitar denegrir a imagem do país em plataformas internacionais. “Não precisamos usar esses palcos para destacar apenas nossas dificuldades. O Brasil tem imensas qualidades e oportunidades, que precisam ser enfatizadas para atrair mais investidores estrangeiros,” disse. “Temos dificuldades e problemas, mas também um país maravilhoso, que vai muito bem em muitos aspectos.”
Hoje, o Brasil configura-se como um destino atraente para investidores globais, oferecendo uma economia robusta, com fundamentos sólidos e uma capacidade comprovada de resposta a crises. O cenário de crescimento da economia brasileira para o terceiro ano consecutivo, com taxa média de 3% ao ano, inflação controlada e massa salarial em alta de 7% em termos reais, é particularmente promissor. “A economia brasileira tem mostrado uma resiliência impressionante, com o PIB e a massa salarial em alta, e um mercado de trabalho que segue em recuperação sólida. Isso é uma excelente base para atração de investimentos,” afirmou Oliveira.
Entre os principais desafios ainda enfrentados, Oliveira destacou a necessidade de segurança jurídica como um ponto central. A estabilidade nas regras é fundamental para atrair investidores de longo prazo, evitando que mudanças bruscas e interpretações voláteis gerem insegurança para empreendimentos de grande porte. “Precisamos de um ambiente jurídico previsível, sem mudanças abruptas, para garantir que o investidor internacional se sinta seguro em fazer negócios de longo prazo no Brasil,” pontuou.
Para o setor de seguros, as perspectivas de crescimento são igualmente promissoras, com previsão de um aumento de 11% para este ano, abrangendo segmentos como seguros patrimoniais, pessoais e garantias financeiras. Oliveira observou que o setor tem se beneficiado diretamente do fortalecimento econômico do Brasil, e esse crescimento é impulsionado, em parte, pela inovação e resiliência dos empreendedores locais, além das inovações no setor financeiro, como o sistema Pix.
Outro ponto foi o impacto das mudanças climáticas e a necessidade de uma gestão de riscos mais eficiente no Brasil. A criação do Seguro Social de Catástrofe, proposta pelo setor de seguros, visa mitigar os efeitos econômicos dos desastres climáticos sobre as populações mais vulneráveis, proporcionando uma indenização rápida para permitir que famílias afetadas se recuperem com agilidade. “Estamos falando de uma proteção que vai além do lucro, é uma resposta necessária para mitigar os efeitos dos desastres climáticos sobre a sociedade,” defendeu Oliveira, ressaltando o compromisso do setor com o desenvolvimento social.
Ao final do painel, Oliveira reforçou que o Brasil, com suas inúmeras oportunidades de crescimento e inovação, continua sendo um dos destinos mais promissores para investidores globais. “O Brasil é um país de potencial imenso, que precisa ser apresentado de forma positiva no cenário internacional. Estamos avançando em reformas e prontos para receber investidores que queiram crescer junto com o nosso país,” concluiu o presidente da CNseg.
No dia 30, a CNseg realiza o Brazil UK Insurance Forum, com a participação de uma comitiva de executivos brasileiros que buscam estreitar ou iniciar relações comerciais com parceiros do Reino Unido.