Credit Talk discute cenário macroeconômico global com tendências para 2025

Evento organizado pela Allianz Trade com economista do Santander apontou um aumento no primeiro semestre de cerca de 50% em insolvências no Brasil

Fonte: Allianz Trade

Na última quinta-feira (5), corretores e clientes se reuniram no Credit Talk, painel organizado pela Allianz Trade, líder global e nacional em seguro de crédito, além de especialista em seguro garantia, para debater o cenário macroeconômico global e local em 2025, incluindo o impacto das eleições americanas no Brasil.

O evento contou com uma introdução do CEO Marcel Farbelow, seguida por uma apresentação do economista Felipe Kotinda, do Banco Santander, com o diretor de Crédito da Allianz Trade no Brasil, Felipe Tanus.

“Cuidar do seu amanhã é a nossa missão e, por isso, queremos estar cada vez mais próximos dos nossos corretores e clientes. Neste evento, pretendemos compartilhar projeções econômicas que afetam, não somente os negócios domésticos, mas também o comércio exterior”, explicou Farbelow em sua introdução.

Sob essa perspectiva, clientes e corretores puderam participar de um bate-papo exclusivo com Kotinda e Tanus, passando pelas projeções globais e nacionais para o ano que vem. “Para 2025, reduzimos nossa projeção de crescimento do PIB do Brasil de +1,8% para +1,5%, por conta de condições financeiras apertadas por mais tempo”, indicou o economista do Santander.

Ele revelou que, para o próximo ano, a expectativa é de uma taxa Selic mais alta, além da desaceleração do impulso fiscal. Ainda assim, para 2024, o movimento foi o contrário. A projeção do PIB, por sua vez, cresceu de +2% para +2,68%, de acordo com os números do Banco Santander apresentados por Kotinda no Credit Talk da Allianz Trade.

“Seguimos vendo ainda um mercado de trabalho aquecido, com forte geração de empregos, salários crescendo e desemprego em queda”, disse o economista. A taxa de desemprego, que afeta diretamente o consumo e a demanda das famílias brasileiras, tinha a expectativa de atingir 7,2% ao final de 2024, e diminuiu para 6,6%. Já para o final de 2025, a previsão era de 7,4% e diminuiu 0,2 pontos percentuais.

Ao longo do evento, o diretor de Crédito da Allianz Trade no Brasil, Felipe Tanus, também apresentou a visão da seguradora para o cenário nacional de insolvências: “Os números mais recentes publicados revelam um aumento na ordem de 50% até julho de 2024, em falências decretadas, somadas às recuperações judiciais deferidas e concedidas, quando comparados ao mesmo período do ano passado”.

O destaque no índice fica para as micro e pequenas empresas, principalmente do setor de serviços, que mais sofrem para ter acesso ao crédito e que pagam spreads maiores para financiarem suas atividades. Com isso, a recuperação judicial pode surgir como uma estratégia para garantir o equilíbrio financeiro dessas empresas.

O evento finalizou com uma análise sobre as eleições americanas e seus efeitos no Brasil. Kotinda mostrou um cenário em que ainda é difícil de prever qual será o/a candidato/a eleito/a em novembro: nas pesquisas eleitorais mais recentes, Trump está tecnicamente empatado com Harris. De qualquer forma, o diretor de Crédito Felipe Tanus explicou qual é a área mais pressionada por consequência do pleito. “Na sua rentabilidade e consequente busca por liquidez, o setor mais tensionado no Brasil deve ser o varejo, que é fortemente impactado pela taxa de juros, a qual pode ser influenciada também pelas eleições dos Estados Unidos”.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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