Tempestades causam US$ 60 bi em perdas seguradas no primeiro semestre de 2024

Perdas seguradas globais devido a catástrofes naturais somam US$ 60 bilhões no primeiro semestre de 2024, 62% acima da média de dez anos


A alta frequência de eventos pequenos a médios resultou em perdas seguradas globais devido a catástrofes naturais de US$ 60 bilhões no primeiro semestre de 2024, de acordo com estimativas preliminares do Swiss Re Institute. Tempestades severas, principalmente nos EUA, representaram 70% das perdas seguradas globais. Trata-se apenas de uma prévia. A tragédia do Sul do Brasil ainda não está contabilizada nesta previsão.

“Nos últimos anos, as tempestades severas surgiram como um principal impulsionador de um aumento significativo nas perdas seguradas. Isso se deve ao crescimento das populações e ao aumento do valor das propriedades em áreas urbanas, além de as propriedades seguradas serem mais vulneráveis a danos por granizo. Portanto, eventos de perda de vários bilhões de dólares devido a este perigo provavelmente se tornarão mais comuns”, comenta Balz Grollimund, Chefe de Perigos de Catástrofe na Swiss Re, em nota divulgada.

Tempestades ou tempestades convectivas severas (TCS) são caracterizadas por ventos fortes, incluindo tornados, granizo e chuvas intensas. No total, essas resultaram em perdas seguradas de US$ 42 bilhões globalmente no primeiro semestre de 2024. Nos EUA, 12 tempestades causaram cada uma perdas de US$ 1 bilhão ou mais, demonstrando o potencial de perda deste perigo. De acordo com o sigma 1/2024 do Swiss Re Institute, as perdas seguradas devido a TCS nos EUA aumentaram em cerca de 8% em termos nominais anualmente desde 2008.

“As perdas seguradas devido a tempestades severas têm crescido devido a uma mistura de fatores, incluindo a inflação, que contribuiu para o aumento dos custos de construção. E, com o desenvolvimento econômico, as exposições gerais continuarão a aumentar. Por isso, investir em medidas de proteção – como proteger comunidades vulneráveis contra inundações ou melhorar os códigos de construção para proteger casas de tempestades de granizo severas – é vital”, afirma Jérôme Jean Haegeli, Economista-Chefe do Grupo Swiss Re.

As inundações também causaram perdas acima da média, impulsionadas por eventos nos Emirados Árabes Unidos, Alemanha e Brasil, e representaram 14% das perdas seguradas globais. Em abril, chuvas torrenciais causadas por tempestades severas levaram a inundações repentinas na Península Arábica, resultando em danos sem precedentes nos Emirados Árabes Unidos.

De acordo com estimativas da indústria, as perdas seguradas provavelmente chegarão a pelo menos US$ 2 bilhões, tornando-se o desastre natural mais caro do país até hoje. Enquanto chuvas intensas são esperadas em um clima mais quente, o rápido crescimento urbano, a alteração do uso da terra, sistemas de drenagem escassos e solos secos intensificam a gravidade das perdas.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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