Zurich publica relatório com destaque para governança e resiliência climática

"Estamos estrategicamente posicionados como uma grande investidora, empregadora e tomadora de risco, em diversos setores da economia, e por isso acreditamos que podemos liderar essa jornada”, diz a gerente de sustentabilidade Nathália Abreu

A Zurich Seguros publicou seu relatório de sustentabilidade de 2023 em junho deste ano, seguindo a estrutura da matriz, com três áreas prioritárias: planeta, clientes e pessoas. “Governança é um diferencial do relatório. A nossa jornada começou em 2010, com filantropia e voluntariado. Daí seguiu para diversidade, redução de plásticos. Neste, destaco a implementação da governança da sustentabilidade. Afinal, o G, da sigla ESG, organiza todas as ações e torna a sustentabilidade transversal, com representatividade em todas as atividades da companha”, comenta a gerente de sustentabilidade Nathália Abreu. 

De acordo com a executiva, o maior desafio de 2023 e que seguirá em 2024 é a integração da sustentabilidade ao negócio. A seguradora conta com especialistas renomados que participam do Fórum Consultivo e diretorias estratégicas que apoiam o direcionamento da agenda sustentável. “Hoje são 13 grupos de trabalho, organizados em quatro temas: finanças, negócios, operações e impacto social. Com isso, temos uma visão 360 graus de toda a empresa. A estratégia se concentra no crescimento por meio de inovação diária, busca pela eficiência operacional e disciplina na alocação de recursos e capital. Equilibrar cuidadosamente esses objetivos permite que a empresa gere retornos confiáveis ​​e sustentáveis”, resume. 

Disponível no portal da companhia, o relatório da subsidiária local do grupo suíço destaca os resultados de muitas conquistas. “Adotamos premissas de sustentabilidade em 100% dos ativos investidos para restrição de atividades com alto impacto social. Chegamos a aproximadamente R$ 141 milhões alocados em títulos verdes, cerca de 4% do nosso portfólio total de 2023”, destaca. O grupo iniciou a descarbonização do portfolio no final de 2019, chegando a redução de 32 mil toneladas de emissão de carbono. A meta para 2025 era 19,8 mil toneladas. “Superamos a meta com dois anos de antecedência”, revela. 

Para atender às necessidades e exigências dos clientes, a Zurich afirma que vem ampliando o portfolio com uma gama de produtos e serviços sustentáveis. “Além de estar em linha com os anseios dos nossos clientes, os produtos visam apoiar atividades que gerem impacto ambiental ou social positivo e que contribuam para a mitigação dos riscos climáticos”, destaca a executiva.

Entre os produtos citados está o seguro para carros elétricos e híbridos. “O produto foi ajustado para aceitar veículos com valores até R$ 800 mil e incluímos na cobertura furto do carregador, desde que ele esteja dentro do veículo. Nossa assistência 24 horas também se adaptou para prestar socorro para pane elétrica e serviço de concierge com informações sobre locais de carregamento mais próximos do segurado”, enumera. Outro destaque está na consultoria para redes de oficinas que se dispõem a serem certificadas com o Selo Verde, conferido a quem alinha os valores exigidos pela seguradora. Em 2023, 43% das oficinas foram qualificadas. 

Outra novidade citada no relatório é o lançamento do Seguro Celular Consciente. “Além de oferecermos uma cobertura mais inclusiva e mais consciente com o telefone recondicionado em caso de roubo e furto, também temos o descarte correto. Ao prolongar a vida do aparelho, promovemos práticas sustentáveis de reparo e descarte, estamos contribuindo para a construção de um mundo melhor”.

Claro que o tema mudanças climáticas é um dos destaques do relatório. O Zurich Resiliência Climática é um conjunto de serviços criados para enfrentar cenários de risco em constante mudança, garantindo a preparação adequada para desafios futuros. “Este serviço é muito valioso para nossos clientes, uma vez que ele avalia nove riscos que podem expor o patrimônio a perdas relevantes no horizonte de médio e longo prazo. Esta é uma forma de ajudarmos empresas e comunidades a se prepararem para um futuro incerto, garantindo maior resiliência e sustentabilidade”.

O relatório traz os esforços para seguir o roteiro de redução das emissões de carbono em toda a cadeia de valor. Uma economia de baixo carbono terá um impacto positivo no clima e na sociedade. Mundialmente, este tema está bem mais avançado do que no Brasil dado o avanço regulatório e caminhar da economia em alguns países da Europa, EUA e Japão, que já contam com o hidrogênio para ajudar a reduzir as emissões de carbono. O Brasil está num estágio inicial e tem grande potencial para desenvolver a energia verde nos próximos anos. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) tem se preparado para começar a regular o mercado de hidrogênio.

Na Europa, o grupo Zurich lidera uma iniciativa para estimular a produção de hidrogênio, um setor visto como crucial para a transição para a energia limpa. O desenvolvimento ocorre em um momento de crescente preocupação sobre se há capacidade suficiente na indústria de seguros para fornecer os trilhões de dólares de cobertura que serão necessários para projetos de energia verde.

A plataforma reune várias seguradoras, lideradas pela Zurich, para subscrever projetos individuais menores, com até US$ 250 milhões em despesas de capital, que de outra forma teriam dificuldade em encontrar seguro. Os projetos receberão uma variedade de coberturas, desde construção até riscos operacionais. As empresas poderão comprar cobertura para uma variedade de riscos, como responsabilidade civil de terceiros para construção, até cobertura para interrupções uma vez que a instalação esteja construída. Em um projeto separado na Suíça, a Zurich fornece cobertura como parte de um projeto para construir 1,6 mil caminhões movidos a hidrogênio até 2025.

“A sustentabilidade é um pilar estratégico para a Zurich Brasil”, afirma Nathalia. “Queremos ser agentes da mudança de hoje para o futuro brilhante que queremos construir e acreditamos que as seguradoras podem ser protagonistas dessa mudança”. Segundo ela, a matriz reconhece a representatividade do Brasil. “Estamos estrategicamente posicionados como uma grande investidora, empregadora e tomadora de risco, em diversos setores da economia, e por isso acreditamos que podemos liderar essa jornada”, finaliza. 

O relatório vem de uma ação espontânea da seguradora, que somente a partir de 2025 precisará publicar dados relativos a sustentabilidade por exigência da circular 666 do órgão regulador, a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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