Wiz Concept estima mais de 90 mil pedidos de indenizações em seguro habitacional

Um levantamento muito inicial prevê mais de 90 mil pedidos de indenizações para imóveis financiados por bancos públicos, privados e cooperativas, cujos sinistros devem ser regulados pela Wiz Concept. O seguro habitacional cobre danos físicos aos imóveis em razão da estrutura ter sido afetada em função de água como por movimentação de solo.

“Ainda é tudo prematuro, pois muitas residências estão embaixo da água. Esta é uma estimativa que fizermos em nosso banco de dados apenas”, disse Caio Valli, diretor de estratégia, novos negócios e canais proprietários da Wiz Co., controladora da Wiz Concept, que entre suas linhas de negócios faz a regulação de sinistros para contratos de financiamentos de imóveis, principalmente para bancos públicos.

Esta previsão diz respeito apenas a residênciais, prédios e casas, financiadas por bancos oficiais clientes da Wiz Concept, que contratam com o seguro habitacional. Quanto ao seguro residencial, que é opcional para os proprietários de imóveis, ainda não há estimativa. No Sul, com muitas casas de madeiras, a situação ainda é mais crítica, pois este tipo de construção tem um método de subscrição mais restritivo pelas seguradoras.

Segundo a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), no país há 12,7 milhões de lares com seguro contratado, o que equivale a 17% das casas e apartamentos do país. Desse total, menos de 1% tem cobertura para alagamentos. Os chamados seguros compreensivos residenciais pagam o reparo ou a reconstrução da residência até o valor limite contratado, caso o imóvel tenha sido danificado ou destruído por algum evento coberto.

Quanto a valores, Valli afirma ainda ser muito cedo para uma previsão. “Somente quando a água baixar é que será possível fazer um levantamento dos danos e apurar os imóveis condenados e os que podem ser restaurados. O período do financiamento (anos já pago de financiamento) também é usado para calcular o valor da indenização. “Agora, o que sabemos é que temos muitas casas submersas. Do helicóptero, vemos que não sobrou nada de muitas residências”, diz.

No entanto, ressalta, é muito provável que o impacto financeiro para as seguradoras será grande. “Nós, como prestadores de serviço, apenas regulamos os danos. Quem paga a conta são as seguradoras”, acrescenta. O especialista cita que os contratos têm resseguro, o seguro da seguradora, com duas camadas de proteção. A primeira é o limite que o resseguradora começa a participar dos prejuízos e outra é quando o volume de perdas entra na cobertura de catástrofes.

Segundo ele, até o final de maio deve haver uma estimativa dos valores das indenizações com a vistoria dos imóveis. A exposição do sistema bancário no Sul é estimada entre 7% a 10%, segundo a agência S&P.

Cobertura de Danos Físicos ao Imóvel (DFI)

A cobertura de DFI tem como objetivo garantir a integridade do imóvel financiado. Além de oferecer proteção contra danos causados por incêndio, raio e explosão, estão ainda cobertos os prejuízos por eventos de causa externa, decorrentes de: inundação ou alagamento, ainda que decorrente de chuva, entre outros. Se houver necessidade de desocupação do imóvel devido à ocorrência de sinistro coberto, deverá ser prevista indenização, correspondente aos encargos mensais do financiamento.

Cobertura de Morte e Invalidez Permanente (MIP)

Além do DFI, o seguro habitacional também inclui cobertura MIP. Esta cobertura garante a quitação da dívida imobiliária e por conseguinte a permanência do imóvel com a família, em caso de falecimento do(s) contratante(s) do financiamento imobiliário. Além da quitação da dívida em caso de falecimento, também assegura a liquidação da dívida do devedor em caso de Invalidez Permanente Total por Acidente ou Doença

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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