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ESPECIAL SEGUROS E PREVIDÊNCIA PUBLICADO PELO VALOR ECONÔMICO
O setor de seguros, mesmo com avanços regulatórios e expansão consistente de algumas linhas de produtos, quer acelerar o passo para atingir patamares no Produto Interno Bruto (PIB) como os de países desenvolvidos. A dificuldade em chegar a algumas camadas da população, tema antigo em debate, deve ser enfrentada com o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), lançado neste ano e com metas para 2030.
Começou bem o ano para o setor de capitalização. Os dados do primeiro bimestre divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) mostram um crescimento de 6,4% dos prêmios arrecadados em janeiro/fevereiro deste ano sobre o mesmo período do ano passado.
Seguindo a tendência do ano passado, quando desastres naturais como enchentes, secas extremas, furacões e queimadas causaram prejuízos financeiros globais de US$ 380 bilhões, o primeiro trimestre de 2024 já registra perdas bilionárias decorrentes de eventos climáticos. De janeiro a março, elas somam US$ 45 bilhões, com um total de 12 eventos com prejuízo acima de US$ 1 bilhão.
O setor de seguros estabeleceu um desafio até 2030: saltar dos atuais 6% de representação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 10%, alcançando R$ 1,13 trilhão em arrecadação e ampliando em 20% a parcela da população atendida pelo setor.
O open insurance (Opin), ecossistema aberto de compartilhamento de dados do setor de seguros, estará em operação até o fim de novembro se as empresas conseguirem cumprir o cronograma definido pela Susep. No início de maio, o projeto rumou para a fase 3, mas ainda sobram dúvidas e incertezas no mercado, conforme revela pesquisa recente da Capgemini, que mostra que nem as seguradoras nem as corretoras estão 100% preparadas para o Opin. Contudo, como observa o head de soluções para seguros da Capgemini Brasil, Gustavo Leança, é preciso considerar que elas estão em estágios diferentes de maturidade.
A Susep já deu início ao cronograma de ação da fase 3 do open insurance, com a efetivação de serviços no segmento de seguros residenciais. A expectativa de Airton Renato de Almeida Filho, diretor técnico da Susep responsável por regulação e open insurance, é que os consentimentos para compartilhamento de dados dos clientes no âmbito do open insurance alcancem cerca de dez milhões até o fim deste ano. Ele se baseia no número de consentimentos ativos do open banking, de 43 milhões.
Tida como uma das indústrias de investimentos mais resilientes, a previdência complementar aberta, após consecutivas quedas no ritmo de crescimento, volta a avançar de forma mais pujante em captação líquida. Seu patrimônio, que superou a linha de R$ 1,43 trilhão no último mês de março, avança tanto em arrecadação bruta quanto líquida, o que demonstra diminuição do ritmo dos resgates, que haviam acelerado nos três primeiros anos após a pandemia da covid-19.
O setor de seguro de vida está em pleno movimento, impulsionado por dois fatores-chave: o aumento da conscientização dos brasileiros sobre a necessidade de planejamento financeiro e os investimentos das seguradoras em produtos inovadores e tecnologias emergentes. Essas tendências, tanto do lado da demanda quanto do lado da oferta, resultam em recorde de vendas no país.
Depois de três anos de prejuízo operacional, a saúde suplementar espera fechar 2024 com equilíbrio entre receitas e despesas, ou seja, as mensalidades serão suficientes para bancar os custos. E para o ano que vem, a expectativa do setor é exibir um resultado operacional no azul. “Isso traz um horizonte de sustentabilidade para o futuro”, diz Marcos Novais, superintendente-executivo da Associação Nacional de Planos de Saúde (Abramge).
Começou bem o ano para o setor de capitalização. Os dados do primeiro bimestre divulgados pela Susep mostram um crescimento de 6,4% dos prêmios arrecadados em janeiro/fevereiro deste ano sobre o mesmo período do ano passado.
O período de inflexão dos aportes começou a ficar para trás: em 2023 os investimentos na América Latina somaram mais que o dobro dos do ano anterior – US$ 74,5 milhões, ante US$ 32 milhões. E só nos dois primeiros meses de 2024, foram US$ 37 milhões. Entre 2018 e fevereiro deste ano, as startups brasileiras do ramo levantaram US$ 553,8 milhões em 71 contratos.
Apesar de o governo ter mantido o montante de subvenção aos prêmios em torno de R$ 1 bilhão nos últimos três anos, a área coberta pelo seguro rural reduziu-se a menos da metade: de 14 milhões de hectares, em 2021, para 6,2 milhões de hectares, em 2023.
Depois de pelo menos dois anos impulsionado pelo aumento dos preços dos veículos, o ramo automóvel se prepara para um 2024 positivo e de crescimento dos prêmios, agora liderado pela expansão no número de veículos segurados.
As principais seguradoras no ramo de transportes estão confiantes em uma retomada dos negócios e estabeleceram metas ousadas para suas equipes em 2024, definindo como alvo um crescimento entre 8% e 10% na arrecadação de prêmios.
Quando o grupo Fleury emitiu fato relevante, no dia 7 de maio, para informar o impacto de um ataque cibernético na disponibilidade de serviços, haviam passado só dez meses de uma ocorrência anterior de ransomware, com bloqueio de arquivos e solicitação de resgate. O caso faz parte de um cenário que tem estimulado as vendas do seguro cibernético, ou cyber, no Brasil.
As empresas brasileiras vêm se conscientizando sobre a importância de aumentar a resiliência cibernética e têm buscado de forma crescente proteger suas operações e negócios por meio do seguro cibernético.
s empresas também estão olhando para dentro de casa com iniciativas de automação de processos para ganhar agilidade operacional, acelerando parcerias para oferecer produtos complementares e fidelizar a base de clientes. “O novo perfil do público nos desafia a pensar cada vez mais em como atender à demanda por seguros em um ambiente no qual as decisões têm que ser muito rápidas e as informações precisam estar disponíveis a qualquer momento”, afirma Sérgio Miotto, diretor de tecnologia da Tokio Marine.
Entre as que obtiveram licença para o operar no ramo auto figura a Darwin Seguros. Desde seu surgimento, há três anos, já fez duas rodadas de captação de recursos, totalizando R$ 56 milhões. Como os negócios estão crescendo em ritmo acelerado, a busca por mais investimento está prevista para acontecer entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2025.
Criadas em 2022, as Letras de Risco de Seguros (LRS) ainda não chegaram ao mercado, mas já há interessados em emitir esses títulos, que prometem aproximar o setor de seguros do mercado de capitais. A Susep está analisando pedidos de autorização de Sociedades Seguradoras de Propósito Específico (SSPEs), as empresas responsáveis pela emissão desses títulos.
Apesar do crescimento contínuo do segmento de danos e responsabilidades – que cobre um extenso conjunto de produtos para os ramos de automóveis, patrimonial, habitacional, riscos financeiros, responsabilidade civil, rural, marítimos e aeronáuticos –, o mercado brasileiro ainda precisa evoluir quanto à percepção dos riscos atrelados a responsabilidades.
O mercado do seguro de responsabilidade civil de executivos e diretores, conhecido como D&O, deverá passar por expansão qualitativa e quantitativa se for aprovado o Projeto de Lei (PL) nº 2.925/2023.
Seguradoras e corretoras estão buscando um novo perfil profissional para os times de trabalho. Segundo especialistas em recrutamento para o mercado segurador, a experiência profissional representa um peso importante nas seleções, mas os empregadores “enchem os olhos” quando se deparam com um currículo capaz de mostrar foco em resultados e liderança inovadora na condução de projetos.
A equidade de gênero na indústria de seguros e previdência ainda tem muito a evoluir, mas os últimos anos trouxeram mais executivas ascendendo aos postos máximos das empresas. De acordo com a última edição da pesquisa “Mulheres no mercado de seguros no Brasil”, coordenada pela Escola de Negócios e Seguros (ENS) e lançada em 2022 (a próxima será em 2025), a participação feminina representa 54% do total dos empregados das seguradoras – era 57% em 2012.
A retomada de obras de infraestrutura e as mudanças na legislação vêm impulsionando a contratação de seguro garantia no Brasil. No mercado, a expectativa com esse tipo de produto é positiva e se espera que sua demanda continue em alta nos próximos anos.
Uma das grandes apostas de crescimento das resseguradoras para 2024 está nos ramos de resseguro de seguro garantia. A entrada em vigor, neste ano, da nova Lei de Licitações, a retomada de investimentos em infraestrutura e a expectativa com o seguro garantia judicial embasam o otimismo.