Tragédia no RS: Seguradoras podem pagar mais de R$ 7 bi em sinistros 

Vice-presidente da Alper Seguros afirma que setor está preparado para atender a demanda por sinistros e estuda meios de mitigar riscos em contratos futuros

Fonte: Alper

Com o recuo das águas após as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, os prejuízos começam a ser calculados. O mercado de seguros tem acompanhado o cenário bem de perto, já que absorverá grande parte do prejuízo. Embora ainda seja cedo para determinar o valor total dos sinistros, o vice-presidente de riscos corporativos da Alper Seguros, Ilan Kajan, mencionou que apesar de ser recente, já existe mais de R$ 1,7 bilhão de sinistros avisados e uma estimativa de perda que pode ultrapassar os R$ 7 bilhões.
  ‌‍  
“A tragédia no Rio Grande do Sul terá um impacto relevante no mercado de seguros, refletindo uma mudança de percepção sobre os riscos climáticos no Brasil. Até o momento, mais de 25 mil sinistros foram avisados”, afirmou Kajan. Ele destacou que o Brasil, até então, não era considerado um país de grandes catástrofes naturais comparado a regiões como os Estados Unidos, Ásia e Europa. “Agora, o Brasil entra no mapa de riscos climáticos de forma significativa, o que afetará a precificação e as condições dos seguros”.
  ‌‍  
Segundo Kajan, os seguros estão dentro dos contratos ressegurados, e apesar da alta sinistralidade não prevista, o mercado segurador absorverá os prejuízos decorrentes dos eventos no Rio Grande do Sul.
  ‌‍  
Nessa fase de contabilidade de prejuízos, Kajan destaca que seguros mais acionados serão aqueles que cobrem danos materiais a indústrias, empresas, infraestrutura, comércios, residências, veículos, agronegócio e seguros de pessoas, incluindo vida e acidentes pessoais.”As coberturas relacionadas a alagamento, inundação, remoção de entulhos e lucros cessantes vêm sendo extremamente solicitadas”, explicou Kajan.
  ‌‍  
No pós-catástrofe, espera-se haver mudanças no comportamento das seguradoras e consumidores. Para a Alper Seguros, é provável que muitas pessoas que não estejam em áreas de risco passem procurar proteção extra para seu patrimônio. Já em locais que estejam em zonas críticas, como próximo às margens de rios, os contratos de resseguro tendem a passar por atualização com relação a taxas e restrições de cobertura, especialmente para regiões agora identificadas com maior risco de alagamento e inundação. Diante deste cenário de ‘hard market’, algumas seguradoras podem condicionar a aceitação de novos contratos com a adoção de medidas protetivas, como a construção de barreiras e outras ações mitigadoras.
  ‌‍  
Para gerenciar a alta demanda por atendimento e processamento de sinistros, a Alper Seguros montou um “war-room” com todas as unidades de negócios envolvidas. Segundo a empresa, uma equipe tem priorizado um atendimento humanizado e ágil, com um canal exclusivo para apoiar os segurados afetados.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS