Antes mesmo de apresentar os resultados do grupo Porto, o CEO Paulo Kakinoff mostrou a solidariedade de toda a equipe aos moradores do Rio Grande do Sul. “Todo o nosso esforço está centrado em apoiar a populaçao, clientes, não clientes e corretores. Enviamos um grupo de 150 pessoas com viaturas deslocadas de todo o Brasil para ajudar no resgate na região. É um evento que tem impactos sociais, mas do ponto de vista operacional não nos traz surpresa, pois a natureza do nosso negócio é essa: cuidar das pessoas em momentos extraordinário”, afirmou.
Ainda sem ter números de atendimentos e pedidos de indenização, o executivo estima ter algo mais concreto na próxima semana. “Ainda temos cidades submersas. Tão logo a situação melhore, teremos mais detalhes de toda a operação”, afirmou. Segundo ele, a frota segurada exposta em regiões com riscos de alagamento situa-se numa faixa de 0,5% e 1% no Sul, o que significa algo entre 30 mil a 60 mil carros.
“Certamente temos sinistros concentrados neste evento, mas a sinistralidade deve se manter na nossa margem da projeção entre 50% a 54%, indicado pelo nosso modelo preditivo. “Não somos capazes de identificar onde haverá concentração de precipitações, mas temos uma ideia da sinistralidade ao longo desse ciclo”, disse o CEO na abertura da apresentação dos resultados do primeiro trimestre deste ano. Por ter uma carteira de auto pulverizada, a seguradora não tem resseguro. “Nossas análises de frequência de perdas no passado mostram que nunca acionamos o resseguro em 10 anos. No empresarial, sim, há resseguro e provavelmente a cláusula vai ser acionada.”
Projeções para o ano 2024:
O resultado trimestral do grupo veio forte, com receita total de R$ 8,6 bilhões, avanço de 14,2% comparado a mesmo período do ano anterior, e lucro líquido 90% maior, para R$ 651 milhões, registrando uma lucratividade medida pelo ROAE de 20,9% no período, melhora de 8,1 ponto percentual.
Na Vertical Seguro, o lucro avançou 15,8%, para R$ 398 milhões, e os prêmios do primeiro trimestre expandiram 6,6%, para R$ 5,1 bilhões, em comparação ao mesmo período do ano anterior. No Auto, os prêmios foram 5,4%, para R$ 3,8 bilhões, maiores do que o mesmo período do ano anterior, com ênfase para a adição de 320 mil veículos na frota segurada (+5,6% vs. 1T23), alcançando a marca recorde de 6 milhões de veículos segurados.
O segmento Patrimonial apresentou a maior taxa de crescimento da vertical (+12,5% vs. 1T23), com vendas de R$ 764 milhões, seguido pelo Vida (+12% vs. 1T23), para R$ 372,4 milhões, com 5,9 milhões de vidas seguradas. Em previdência, as contribuições totalizaram no período R$ 5,7 bilhões.
O Índice Combinado da Vertical Seguro melhorou 4,3 p.p. em comparação ao mesmo período do ano passado, atingindo 88,9% no trimestre, explicado principalmente pela redução na sinistralidade do Auto de 5,3 p.p. em números comparáveis, decorrente do aprimoramento na subscrição de riscos, aumento no controle de sinistros e menor impacto de enchentes no período.
Na Porto Saúde, as receitas expandiram 48,9% (vs. 1T23) atingindo R$ 1,5 bilhão, com incremento de 135 mil vidas (+31,7% vs. 1T23), atingindo 562 mil beneficiários no período. O Índice Combinado da Vertical Saúde melhorou 6,6 p.p. (vs. 1T23), atingindo 88% no trimestre. Foi o melhor resultado dos últimos quinze trimestres, decorrente principalmente da redução da sinistralidade em 5,6 p.p. em comparação ao 1T23 e 4,5 p.p. em relação ao 4T23, atingindo 71,4% no período, o que representa um retorno a patamares pré pandemia. Essa melhora foi proporcionada pelo resultado dos novos produtos, avanço na verticalização virtual, adequações tarifárias e ações para redução de fraudes.
No Porto Bank, as receitas totais cresceram 21% (vs. 1T23) superando R$ 1,3 bilhão, impulsionadas principalmente pela elevação de 38,7% nas receitas do Consórcio. No Cartão de Crédito, o volume total transacionado cresceu 17,7%, atingindo R$ 13,6 bilhões.
A inadimplência das Operações de Crédito acima de 90 dias encerrou o trimestre em 6,5%, uma redução de 1,0 p.p v.s. 1T23 e permanecendo 0,4 p.p. abaixo da média de mercado. As novas safras têm apresentado boa performance, indicando a efetividade das políticas implementadas nos últimos meses. Assim, o foco na gestão de risco e melhor qualidade da carteira de crédito continuam sendo pilares do nosso crescimento sustentável.
Neste trimestre, o grupo divulga os resultados da Porto Serviço, a nova vertical que conta com um portfolio de serviços de assistências residenciais, empresariais e automotivas. “Acreditamos que fomos a primeira seguradora a incluir serviços nas apólices de seguros. Agora, assumimos o desafio de levar essa experiência para os mais diversos segmentos de maneira independente, inclusive para quem ainda não é Cliente Porto”, destacou a Porto em nota.
No 1T24, a vertical realizou 1,2 milhão de atendimentos e obteve R$ 612,4 milhões em receitas. A Porto Serviço tem focado na ampliação de vendas no B2C e B2B2C, intensificado parcerias estratégicas para distribuição de seu portfólio de serviços e buscado potenciais operações de M&A para alavancar seu crescimento.
O retorno sobre as aplicações financeiras (ex-Previdência) geridas pela tesouraria foi de R$ 322,2 milhões no 1T24, o que representa uma rentabilidade equivalente a 94,9% do CDI, impactado pelo desempenho em renda variável e multimercados. Por outro lado, houve impacto positivo em crédito privado e nos títulos marcados na curva (NTN-B). Em relação ao mesmo período do ano passado, o resultado financeiro cresceu 68,5%, atingindo R$ 234,1 milhões.
O índice de eficiência operacional, que leva em consideração a soma das Despesas Administrativas em relação a Receita Total, alcançou 11,5% no 1T24, registrando uma melhora de 1,3 p.p. no trimestre (vs. 1T23), decorrente dos ganhos de produtividade observados no período.