A Porto começa oficialmente nesta quarta-feira, 24, a vender uma quarta marca no portfólio do seguro auto. A marca do grupo japonês Mitsui Sumitomo estará ao lado das marcas Porto, Itaú e Azul. A parceria entre as duas empresas começou em 2023, quando anunciaram uma parceria estratégica no mercado de seguros automotivo e residencial, aprovada pelo CADE em janeiro deste ano. A carteira de seguro residencial, diferente do auto, está incorporada à marca Porto.
Todas as apólices da Mitsui Sumitomo Seguros renovadas pela Porto, a partir desta parceria, serão emitidas em cosseguro entre as seguradoras. No entanto, todo o contato, jornada e experiência pós-venda do corretor e do cliente serão conduzidos pela Porto Seguro, explica Luis Nagamine, diretor geral da Mitsui Sumitomo Seguros (MSS). Apenas as vendas realizadas dentro da Toyota (financeira e rede de concessionárias) seguirão sendo administradas pela MSS. “Trata-se de uma parceria mundial e desta forma temos o compromisso para dar suporte à Toyota em seus investimentos no Brasil”, informou.
Com a mudança, a Mitsui Sumitomo foca na estratégia de concentrar seus esforços nos produtos corporativos. Dentre eles, os seguros patrimoniais respondem por 70% das vendas, seguidos do seguro transporte, garantia, riscos de engenharia e responsabilidade civil. A meta de Nagamine é balancear o portfolio com uma revisão dos produtos, lançamentos e estreitar o relacionamento com corretores. “Acabamos de contratar Carlos Eduardo Silvestre, que tem uma longa experiência no mercado de seguros e que irá contribuir muito para o nosso desenvolvimento neste segmento”, acrescentou.
Segundo ele, o grupo tem a ambição de se posicionar como líder do mercado corporativo no Brasil, seguindo os passos da matriz mundialmente. O movimento começou em 2017. Seguros corporativos tinha uma participação inferior a 25% na carteira de negócios. Agora, 65% das vendas provêm do segmento empresarial e o restante auto e residencial. Bons resultados já começam a aparecer em março, com o fechamento do primeiro trimestre, cujos resultados só serão divulgados no final de maio.
“Já temos um índice combinado abaixo de 100%, em função das mudanças com o mix de produtos, com margem muito melhor na área corporativa do que de varejo. Quanto ao resultado, a expectativa é de que seja ainda discreto neste ano, com avanço gradual a partir de 2025”.
Mitsui Sumitomo entra na disputa do seguro paramétrico
Outra grande novidade neste mês de maio é o lançamento do seguro paramétrico para agronegócio, que já tem aprovação da Susep. O paramétrico ainda engatinha no Brasil. Nos Estados Unidos, já é uma realidade, sendo a Mitsui Sumitomo uma das principais deste segmento. Pelas vendas de paramétrico estarem muito concentradas nos EUA, a decisão de crescer no Brasil para diversificar a carteira faz parte da estratégia da matriz. “Tem seguro até para a falta de neve em estação de esqui em temporada”, comenta o diretor.
Um projeto piloto já está em curso e a comercialização está prevista para ter início nas próximas semanas. Nagamine informa que o lançamento local do paramétrico será voltado para o agronegócio, para cobrir exclusivamente seca, principalmente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os mais afetados por problemas climáticos nos últimos anos.
“Muitos produtores querem comprar seguro de agro e não conseguem, pois, a capacidade de capital para oferta do seguro rural está reduzida e os preços subiram. Uma opção inovadora é o seguro paramétrico, tido como um seguro mais simples em todo o setor”, acrescenta.
Esse seguro utiliza informações de satélites e INMET para determinar se há déficit de chuva. Caso os critérios estabelecidos na apólice sejam atendidos, o segurado receberá uma indenização correspondente à gravidade do evento.Outros lançamentos estão no radar da seguradora para este ano. O executivo estima um avanço no segmento de seguros corporativos no Brasil, principalmente em decorrência das mudanças climáticas.
“O Brasil que até pouco tempo atrás tinha poucos registros de catástrofes naturais, nos últimos anos tem sofrido com vendáveis e inundações. Todo o setor tem registrado um avanço nos pagamentos de indenizações em razão disso. Nos, na Mitsui Sumitomo, praticamente dobramos o volume de pagamentos por perdas relacionadas ao clima, principalmente nos seguros para pequenas e médias empresas”, disse.
Já a partir de 2025, a tendência apontada por boa parte das companhias do setor é de grande concorrência em seguros corporativos, diante das expectativas dos investimentos previstos pelo governo Lula em projetos de infraestrutura, que estimulam o crescimento de diversos nichos deste segmento.