A arrecadação das seguradoras no primeiro mês do ano foi de R$ 35 bilhões, representando uma alta de 12,5% em relação ao primeiro mês de 2023, segundo o relatório Síntese Mensal, com dados do setor de seguros referentes ao mês de janeiro de 2024, divulgado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
De acordo com o relatório, os valores que retornaram à sociedade somaram um total de R$ 20,74 bilhões. Como novidade, a edição apresenta, junto com as indenizações, resgates e sorteios, os benefícios pagos pelo VGBL e pelos produtos de previdência, dando maior fidedignidade aos valores que retornam à sociedade por meio dos produtos do setor.
Além disso, em janeiro deste ano, os seguros de danos movimentaram R$10,65 bilhões, um crescimento de 5,4% na arrecadação de prêmios, quando comparado a janeiro de 2023. Dentre os seguros de danos, um dos destaques foi o seguro fiança locatícia, com arrecadação de aproximadamente R$ 130 milhões, valor 25,8% superior ao de janeiro de 2023, quando foram arrecadados pouco mais R$ 103 milhões.
Com relação aos seguros de pessoas, o seguro de vida atingiu o montante de R$ 2,61 bilhões, valor que representa um crescimento de 16,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Também no âmbito dos seguros de pessoas, a arrecadação do VGBL teve um crescimento de 18,8% em relação a janeiro do ano passado.
Outro produto de acumulação que também foi destaque de crescimento no primeiro mês de 2024 foi o PGBL, com alta de 18,6% em relação a janeiro de 2023.
Projeções para 2024
A CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) estimou em coletiva realizada no ano passado crescimento de 11,7% do setor segurador em 2024. O destaque para esta expansão é o segmento de Danos e Responsabilidades, que deve subir 16,8%, enquanto a Capitalização deve avançar 13%, a Cobertura de Pessoas (seguros de Vida e Planos de Previdência) subir 8,4%, e a Saúde Suplementar aumentar 11,9%. Para 2024, há previsões otimistas para o segmento Rural, com uma estimativa de aumento de 23,1%. Automóvel e o seguro de Crédito também seguem com taxas positivas de crescimento, de 16% e 20%, respectivamente.
Marcio Coriolano, ex-presidente da CNseg, em seu artigo no LinkedIn, alerta que não se pode comparar os 9% de crescimento de dezembro de 2023 com os 12,5% de janeiro de 2024. “Os 9% foi de crescimento de janeiro a dezembro de 2024 contra janeiro a dezembro de 2023. E os 12,5% foi apenas de janeiro de 2024 contra janeiro de 2023. Então, o correto, sempre, é comparar 12 meses contra 12 meses anteriores até o mês em questão, resultando num indicador de 8,6% anualizados em janeiro.
Coriolano também destaca que sendo o primeiro mês do exercício, ainda não é possível antecipar qualquer tendência para os meses à frente, tudo dependendo da resposta do setor de seguros ao ambiente macro e microeconômico do País, especialmente às recentes medidas governamentais de estímulo à atividade seguradora.
“Na ausência de dados de quantidades de itens, permanece difícil diagnosticar se o efeito desta redução do mês atual contra o último mês foi decorrente de demanda efetiva ou de preços dos seguros (tarifação e reajustes), o que somente poderá ser explicado quando o SRO – Sistema de Registro de Operações, da SUSEP, passar à sua plena vigência”, acrescenta Coriolano.