Fabricio Porto tem tido um ano intenso. Está há 14 anos no Grupo Generali. Trabalhou em seguros de varejo e nos últimos seis se especializou em riscos corporativos no Brasil. Há quatro meses foi promovido a gestor das operações da Generali Global Corporate & Commercial (GC&C) na América Latina, com base no Brasil.
“Trata-se de uma área criada para transferir conhecimento e entregar um programa de seguros especializado aos nossos parceiros e clientes, com faturamento acima de R$ 150 milhões, ou que necessitem de seguros especiais, termo conhecido internacionalmente pelo termo técnico “Specialties”, conta em entrevista ao Sonho Seguro.
Sob sua responsabilidade estão Brasil, Argentina e o Equador, países onde a Generali atua como seguradora. Em outros países da região o Grupo atua com a oferta de capacidade de resseguros. A missão de Porto é desenvolver o crescimento nos três países e apoiar como ressegurador os demais. O Brasil é o mais importante, com linhas de seguros de ramos elementares, nicho que no exterior leva o nome de Property & Casualty (P&C), agrupando apólices de riscos nomeados, patrimoniais, de engenharia, linhas financeiras, de responsabilidade civil entre outros.
Segundo Porto, a GC&C está otimista com o avanço do segmento de seguros de riscos corporativos, que começou em 2016. A agenda do governo para investimentos em infraestrutura conta com a iniciativa privada, com boa parte dos negócios prevista para ser contratados a partir de 2025, quando se estima que os planos de financiamentos de diversos sairão do papel. Apesar disso, Porto aposta em crescimento já em 2024. “O Brasil é uma máquina de crescimento. A iniciativa privada é um motor para o país e, em conjunto com a agenda pública, pode impulsionar o setor de seguros.
Ainda de acordo com Porto, o seguro de riscos de engenharia registrou bom desempenho no ano passado e deve avançar ainda mais em 2024, principalmente no segmento de energia renovável. “O Brasil tem tido uma posição de destaque mundial em energia verde, com bons projetos de fazendas fotovoltaicas, eólicas e hidroelétricas. Este segmento é prioritário para o Grupo”, afirma. Em setembro do ano passado, o grupo italiano anunciou a criação da Sosteneo, uma joint venture estratégica focada em investimentos de capital, que tem como acionistas a Generali Investments Holding e executivos especializados nos setores de energia limpa e gestão de fundos.
No Brasil, a proposta da Generali é oferecer os programas de seguros completos para projetos de infraestrutura greenfield relacionados à transição energética, que vão do período de construção das usinas até sua entrada em operação. “Neste tipo de risco, ser a seguradora da construção como do operacional é importante para dar uma solução completa ao cliente e evitar gaps de coberturas”, explica.
“No Brasil temos mais enchentes e seca, enquanto em outros países há mais registros de terremotos e furacões. Nosso esforço está em agregar conhecimento aos subscritores, comerciais e engenheiros para que possam subscrever riscos em toda a região”.