Flix aposta no modelo de streaming para conquistar público que ainda não tem seguro

Nascida em ambiente digital, seguradora por assinatura tem modelo que facilita o entendimento, a percepção de valor e o acesso ao mercado de seguros

Fonte: Flix

O setor de seguros brasileiro segue em curva ascendente e a estimativa da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) é avançar 11,7% neste ano. Se confirmado, será o quarto ano seguido de expansão acima de 10%. No entanto, ainda há muito espaço para crescer. Apesar do seguro auto ser o mais utilizado no Brasil, somente 30% da frota tem cobertura. No caso da saúde, somente 25% da população têm seguro para cobrir despesas médicas e internações. Apenas 15% têm seguro de vida e 11% contratam o seguro residencial. Diante do potencial de crescimento, as seguradoras focam na população que não tem o hábito de contratar um seguro.


A Flix, seguradora 100% digital criada em 2020, aposta num modelo de negócios diferenciado para abocanhar essa fatia da população. A seguradora por assinatura tem modelo simplificado, que facilita o entendimento, a percepção de valor e o acesso ao mercado de seguros. “Temos uma oportunidade muito grande de explorar essa faixa que ainda não é atendida e não tem acesso a seguros”, afirma o CEO da Flix, Felipe Barranco. O executivo também destacou o uso da tecnologia e de dados como um diferencial da empresa:

O setor de seguros no Brasil deve manter o crescimento de dois dígitos em 2024. A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) estima um crescimento de 11,7% neste ano, o quarto ano seguido de expansão do segmento acima de 10%. Como a Flix pretende se posicionar nesse movimento e qual a estimativa de crescimento da seguradora?

Existe um público ainda não atendido pelo mercado segurador, incluindo uma faixa de pessoas que não conhecem e/ou não atribuem valor ao produto. E essa falta de conhecimento e de consciência com relação à proteção do seu bem ou da sua vida faz com que ela não tenha ainda entrado para ser uma consumidora do mercado de seguros. A Flix tem um modelo que facilita o entendimento, a percepção de valor e o acesso ao mercado de seguros, e vai se posicionar de uma maneira bem forte com relação a essa faixa ainda não penetrada. O mercado residencial tem menos de 15% das unidades residenciais protegidas. Até o seguro auto, que é o produto mais conhecido, oscila entre 25 e 30%. 

A Flix nasceu em ambiente digital e tem um modelo de negócios disruptivo e inovador. Além do modelo que se assemelha às assinaturas de streaming, quais são os outros diferenciais da operação?

A Flix é baseada em dois pilares. O primeiro é o do consumidor final e como ele gostaria de consumir um produto seguro. O que se assemelha ao streaming é a assinatura, o ligar e desligar, fazer um upgrade no produto, tirar alguma cobertura ou assistência que não tenha mais interesse. O outro pilar é a integração com canais de distribuição, sejam eles corretores de seguros, canais de afinidade, bancos e fintechs.

De que maneira o modelo de negócios da Flix pode dar suporte e impulsionar esse bom momento do mercado?

Trazendo facilidade, agilidade e um olhar especial para a tecnologia, sincronizando com o uso de dados. A Flix é data driven, focada em entender o comportamento e o perfil de utilização do usuário final e desses canais de distribuição. A estrutura de tecnologia e dados é um grande diferencial para apoiar o canal de distribuição, atingir aquela fatia ainda não atendida pelo mercado e fazer uma venda mais assertiva e direcionada.

Quais são os maiores desafios para esse modelo de negócios seguir na trajetória de crescimento?

A consolidação de canais robustos de distribuição e a validação da nossa marca perante o consumidor. Hoje fazemos parte do Grupo Zanon, holding de franquias com mais de 55 anos de atuação no mercado e que possui uma vertical completa de seguros, aliando canal de distribuição, tecnologia e corretora. E estamos trabalhando para expandir cada vez mais esses canais. 

A perspectiva de expansão do setor pode contribuir para a estratégia de crescimento da Flix através de canais digitais como fintechs, varejistas online e marketplaces?

Sim, mas não só esses canais digitais. Outros mercados estão começando a observar muito de perto o produto de seguros como uma forma de agregar uma receita ao seu core, principalmente observando que o seguro pode ser um mecanismo de retenção muito grande. 

Falando em produtos, a empresa tem a expectativa de lançamentos neste ano?

Temos a expectativa de novos produtos, com a adição de três ou quatro lançamentos nos próximos três anos. Produtos para atendermos a uma faixa não atendida ainda. Estamos olhando para o mercado de auto, vida e PME, este um produto que já está aprovado. E obviamente potencializar o nosso residencial.

A Flix foi pioneira ao desenhar um novo modelo de distribuição totalmente digital no canal de varejo. Qual o potencial do formato Affinity Digital? 

O modelo de Affinity tradicional é muito relevante para o mercado. Observamos grandes operações acontecendo, e por que não trazer isso para o ambiente digital de diversas forma? Existe uma lacuna no mercado segurador e estamos prontos para ocupar esse espaço. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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