Seguro-garantia movimenta R$ 2,2 bilhões em receitas até setembro

Pottencial consolida liderança no segmento e supera meio bilhão em prêmios no ano

Fonte: Pottencial

Em uma conjuntura de mudanças regulatórias e programas de obras públicas que prometem impulsionar a demanda por seguro garantia em 2024, a Pottencial Seguradora alcançou a marca de meio bilhão de prêmios arrecadados com o produto de janeiro a setembro deste ano, um crescimento de 7,36% sobre o mesmo período de 2022.

Com o desempenho, a empresa se mantém na liderança do mercado e projeta expansão acelerada também no próximo ano. Somadas, as dez maiores seguradoras brasileiras arrecadaram R$ 2,2 bilhões até setembro com o Garantia, 14,4% mais que em 2022.

O diretor de Operações de Seguro da Pottencial Seguradora, Ricardo Nassif, diz que o setor vive um novo ciclo, em que o seguro garantia começa a ser conhecido como parceiro institucional do desenvolvimento em um país que tem um grande dever de casa para fazer. “O seguro garantia é o instrumento de proteção para as grandes obras que precisam ser feitas no Brasil, desde a construção de estradas e ferrovias a escolas e moradias”.

Com avanços legais e normativos e um gradual amadurecimento do mercado sobre sua necessidade nos últimos anos, a maior demanda por garantia judicial tem ajudado a turbinar o desempenho do produto como um todo. Nessa modalidade, a apólice tem como objetivo assegurar que os débitos judiciais, ou a indenização, sejam pagos à parte vencedora do processo. O país tem mais de R$ 1.5 trilhão parado em contas envolvendo mais de 17 milhões de processos, segundo estimativas do setor.

Segundo o executivo da Pottencial, empresas com litígios tributários e aduaneiros estão cada vez mais buscando o seguro-garantia por este possuir taxas mais acessíveis às fianças bancárias, cauções, depósitos judiciais e penhora de bens. Além disso, obras que podem virar realidade se o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado pelo governo federal como aposta para reaquecer a economia, sair mesmo do papel, assim como o novo Minha Casa, Minha Vida. Estimativas do governo federal indicam que os investimentos públicos e da iniciativa privada podem chegar a R$ 1 trilhão até 2027 na esteira do programa.

“Tanto governo como o setor têm se alinhado para colocar em prática recomendações de aperfeiçoamento regulatório de produtos e coberturas securitárias para dar suporte a esse novo momento da economia”, analisa Nassif. Segundo ele, as avaliações dos diversos riscos de obras tão vultuosas precisam ser aprimoradas, pois é necessário saber com precisão se determinada empresa tem capacidade técnica e financeira, pois os valores dos contratos tendem a mudar de patamar.

Novas regras
Entre as mudanças regulatórias que devem impulsionar a procura por seguro garantia está uma Medida Provisória do governo federal, do início de novembro, que resgata a figura do “voto de qualidade” nos julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda.

O “voto de qualidade” prioriza a posição dos auditores fiscais em caso de empate nesses julgamentos. Até 2020, era este o modelo, mas foi extinto no governo anterior – assim, os julgamentos que terminavam empatados resultavam em vitória das empresas autuadas, o que na prática acarretava perdas significativas para o erário público. Estima-se que haja cerca de 93 mil processos na fila do Carf, com mais de R$ 1 trilhão a serem discutidos.

Além disso, a nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), que entra em vigor no dia 1 de janeiro, impõe a obrigatoriedade de garantias nos contratos públicos para até 30% do valor de obras acima de R$ 200 milhões – atualmente esse percentual obrigatório é de 5%.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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