Fonte: Reinsurance News, por Saumya Jain
Em um discurso principal na Ilha da Esperança (na Zona de Inovação) na COP28 nos Emirados Árabes Unidos, David Howden, fundador e CEO da corretora de seguros global Howden, discutiu o poder do setor privado para proteger países vulneráveis contra os impactos das mudanças climáticas e desbloquear investimentos em seu futuro.
Howden destacou a crença de que os riscos climáticos para países vulneráveis no Global South são impossíveis de segurar. “O problema não é que eles sejam impossíveis de segurar, é que não houve ninguém para pagar o prêmio na escala necessária. No entanto, o fundo de Perdas e Danos tem o poder de mudar isso”, disse Howden. Global South abrange Brasil, Índia, Paquistão, Indonésia, China, Nigéria e México.
No dia de abertura da COP28, o presidente da cúpula, Sultan Al Jaber, revelou que o fundo de perdas e danos tornou-se operacional. Ele tem como objetivo fornecer assistência financeira a países extremamente expostos ao risco das mudanças climáticas e apoiar a mitigação e recuperação das mudanças climáticas.
Howden, no início deste ano, ao refletir sobre a COP27, questionou se alguém realmente modelou os riscos desses países e calculou quanto é necessário para protegê-los.
“Notavelmente, a resposta foi ‘não’. Então, pedimos à Universidade de Cambridge para reunir as pessoas para fazer isso. O que foi diferente sobre a pesquisa deles foi que ela considerou as perdas como uma porcentagem do PIB. A razão pela qual isso é tão importante é porque muda o foco para proteger países, não prédios”, explicou ele.
A pesquisa e o relatório subsequente alertam que a maioria dos países vulneráveis pode perder mais de 100% do PIB em 2024 devido a desastres relacionados ao clima que são seguráveis.
O relatório, que modela a implementação de Perdas e Danos, revelou que esses riscos são seguráveis e propõe uma solução usando o poder do resseguro e dos mercados de capitais para aumentar dramaticamente o impacto do financiamento.
“Ao entender o risco para toda a economia, fomos capazes de calcular quanto custaria colocar em prática uma garantia contratual para financiamento pré-acordado. Isso fornece tanto o financiamento necessário para responder a um desastre quanto a certeza de que essas economias não serão aniquiladas.
“Esses são dois lados de uma moeda muito poderosa: financiamento garantido e pré-acordado para responder quando um desastre ocorrer – ou até mesmo antes – e a certeza necessária para tornar os países vulneráveis mais atrativos para investimentos, tornando este modelo a maneira mais economicamente poderosa de usar o dinheiro doador”, disse Howden.
Ao encerrar seu discurso, Howden enfatizou o desejo de trabalhar com países vulneráveis ao clima para tornar isso realidade e convocou o setor privado a apoiar isso como um mecanismo crucial a ser implementado para tornar esses países mais atrativos para investimentos.
No entanto, para colocar isso em prática, Howden observou a necessidade de apoio de países doadores.