FIDES RIO 2023: “Prioridade é buscar rentabilidade para manter o acionista no negócio”, afirma presidente da AON Re UK

Jeremy Goodman, presidente da Aon Re Solutions do Reino Unido, participará do painel Insurance Global Trends da Fides Rio 2023, na tarde desta segunda-feira, 25, ao lado de outros speakers. Ele trouxe uma visão sobre as tendências da indústria global de resseguros, com foco no desenvolvimento de produtos e serviços, com um viés da agenda ESG. Em conversa com o Sonho Seguro, ele contou um pouco mais sobre suas perspectivas para o resseguro no curto e médio prazo. 

Na sua opinião, quais são as principais prioridades do setor de resseguros?

Para as resseguradoras, a principal prioridade neste momento é entregar uma relação operacional/perda combinada que gere um retorno sobre o patrimônio que se alinhe com as expectativas dos investidores/acionistas e ganhar dinheiro após vários anos de lucros abaixo do valor nominal. Trata-se de reconstruir a confiança dos investidores e demonstrar que a nossa indústria de resseguros é capaz de avaliar o risco de forma adequada; que pode reter o capital existente e que pode atrair novo capital para apoiar a crescente procura de maiores exposições. Para a Aon, as principais prioridades são garantir os melhores resultados possíveis para os clientes nas próximas renovações, ajudando-os a gerar a sua própria visão de risco, diferenciando-os no mercado e otimizando as suas estratégias de capital. Para atingir estes objetivos, continuaremos a investir em dados e análises e a fornecer apoio multifacetado aos modelos de negócio das companhias de seguros e a ajudar a inovar em produtos e soluções para colmatar as muitas lacunas de proteção que existem em todo o mundo. Nosso objetivo é ajudar os clientes a navegar pela volatilidade e aumentar a resiliência dos negócios e, em última análise, tomar melhores decisões.

Quais tendências você apontaria para os próximos dois anos?

Do lado do seguro de property, parece provável que a atual frequência de fenômenos meteorológicos extremos em todo o mundo irá continuar. Terão de ser tomadas decisões sobre quem irá pagar pelo crescente fardo das perdas. Neste sentido, a indústria de resseguros tem um papel fundamental a desempenhar, em conjunto com os nossos clientes, companhias de seguros e governos, para garantir que, juntos, estamos a proporcionar um nível sustentável de transferência de risco que reduza o fardo de tais eventos para a sociedade. Em caso de acidente, a direção do mercado será determinada pelas tendências na inflação dos custos de perdas e pela extensão de qualquer desenvolvimento adverso de reservas relacionado com o último mercado fraco. Na ausência de perdas extremas de pico de risco, esperamos que as resseguradoras tenham um forte desempenho nos próximos dois anos, com taxas de juro mais elevadas aumentando progressivamente os retornos do investimento. Esta dinâmica resultará na captação de capital adicional para a indústria.

Diante dos altos preços dos resseguros, qual a melhor forma de os clientes conseguirem tarifas mais acessíveis?

Resultados diferenciados podem ser alcançados escolhendo um parceiro de corretagem que seja capaz de apoiar os clientes das seguradoras na otimização da composição da sua carteira de uma forma que se alinhe à sua estratégia e apetite. Isto é conseguido através da utilização de uma gama de modelos de capital, avaliação de risco e preços, bem como de estar totalmente equipado para executar com sucesso no atual mercado global. Muitos de nossos clientes de seguros têm trabalhado em diversas opções para mitigar custos mais elevados de resseguro, incluindo o reforço de sua disciplina de subscrição na seleção de risco, gerenciamento de limites, ajuste de preços no front-end, retenção de mais risco e exploração de mecanismos alternativos de transferência de risco – como propriedade títulos de catástrofe – tudo o que lhes permite diferenciar-se dos resseguradores e alcançar resultados diferenciados a longo prazo.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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