FIDES RIO 2023: Gallagher quer estar entre as 3 maiores corretoras de seguros até 2027

Em riscos cibernéticos, tido como a principal demanda mundial do setor, a corretora conta que cresce no Brasil e desenvolve clausulados para as seguradoras com apoio técnico na subscrição

A Gallagher tem tido um ritmo acelerado de aquisições e investimento na contratação de talentos em todo o mundo nos últimos anos. No Brasil, um dos países alvos para o grupo com receitas de US$ 7 bilhões nos mais de 150 países onde está presente, o ritmo é o mesmo. Tanto que o grupo investiu para ser uma das patrocinadoras da FIDES RIO 2023, evento organizado pela CNseg, e é uma ativa geradora de estudos que traçam a tendência da indústria de seguros mundial, um segmento da economia responsável por receitas anuais de mais de US$ 7 trilhões. 

Diante da relevância da companhia, o Sonho Seguro conversou com dois porta-vozes locais, Luiz Araripe, CEO da Gallagher RE, e CEO do Grupo Gallagher no Brasil, e com Rodrigo Protasio, CEO da operação de corretagem da Gallagher Brasil, durante o coquetel que recebeu convidados neste domingo, 24, em um hotel na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Leia os principais trechos da entrevista: 

O ritmo de compras de concorrentes fora e dentro do Brasil se mantém ou agora terá uma pausa para a integração? Comente as principais aquisições e seus benefícios e como está formada a corretora hoje. 

Araripe: O ritmo de crescimento através de aquisições faz parte do core business da Gallagher, portanto, devemos continuar observando oportunidades ao longo de 2024. A integração com a Interbrok está 100% realizada e os times já estão trabalhando em sinergia buscando oportunidades como um único time Gallagher. Importante ressaltar que este crescimento inorgânico nos permite um “rump up” mais acelerado para as ambições da Gallagher no Brasil. Nossos objetivos são claros, ou seja, estar entre as três maiores corretoras do país sendo uma alternativa técnica aos clientes. Além disso, pretendemos estar entre as melhores empresas para se trabalhar, sempre seguindo o nosso The Gallagher Way, além de focar na rentabilidade e trabalhando com eficiência em nossos processos. Estamos certos de que atingiremos essas metas até 2027.

Quais os segmentos prioritários para o crescimento orgânico da corretora? 

Protasio: Temos cinco áreas prioritárias. Speciality, onde segmentamos nossa atuação por setores da economia que tem relevância no PIB brasileiro, e necessidade de atuação especializada, tais como: Agronegócio, Mineração, Energia, Infraestrutura, Marine, Indústria Farmacêutica, Telecom, entre outras. Personal Lines onde temos uma carteira sólida com cerca de 10.000 clientes ativos e cerca de 90% de renovação com foco em atendimento ao cliente pessoa física.  Benefícios, buscando entender as necessidades e os desafios das empresas e seus RHs não gestão de riscos em pessoas, que são o seu maior asset, isto é sua força de trabalho. Além de Resseguro Facultativo e de contratos, bem como de seguros para pequenas e médias empresas em Property and Casualty. 

A Gallagher quer manter o crescimento em 2023, com administração de prêmios de R$ 300 milhões. Como atingir esta meta neste cenário desafiador do Brasil neste ano e com uma concorrência acirrada como a que vemos no nicho de corretores de grandes riscos? 

Araripe: Em 2023 vamos ultrapassar R$ 1,5 bilhão em prêmios como grupo. O cenário é sim desafiador, mas acreditamos na resiliência do mercado e da necessidade cada vez maior de uma proposta de valor diferenciada e técnica. Com base nisso, estamos construindo nosso sucesso. Investimos e trouxemos profissionais experientes do mercado, e temos um time hoje de primeira linha que alinhado ao espírito empreendedor e inovador da Gallagher mundialmente, uma empresa formada e liderada por “brokers”, vamos fazer a diferença no mercado.

Como vê o seguro garantia de contratos para as obras do PAC, quando boa parte das resseguradoras e seguradoras ainda olham no retrovisor para determinar a subscrição do risco futuro? 

Protasio: O produto garantia é foco da Gallagher no Brasil e estamos desenvolvendo internamente uma ferramenta inovadora que irá permitir o nosso cliente ter uma visão mais clara de suas necessidades, além de também mapear tendências, com isso vamos poder antecipar algumas demandas. O ramo de garantia continua forte e crescendo ainda impulsionado pelo judicial. Nossa expectativa com o PAC é que os produtos mais tradicionais como BID e performance possam trazer essa diversificação no portfólio de garantia.

Energia é um tema importante para a Gallagher. Como a corretora avalia o segmento do ponto de vista do potencial de negócios e dos desafios de conseguir capital de resseguro para tantos projetos no país? 

Protásio: Nosso maior crescimento em 2023 foi neste setor e temos a visão que vai continuar a ser uma das nossas principais indústrias. O tema ESG é bastante importante neste setor e estamos acompanhando os movimentos de mercado. Em nossa visão e com o apoio de nossa estrutura – Gallagher UK Specialty e Gallagher USA é que tenhamos capacidade para suportar a demanda, com um approach extremamente técnico e de vasto entendimento do risco para termos sucesso dado ao mercado duro no resseguro.

Atuar em riscos cibernéticos é um dos alvos da corretora. Pelos comentários em Monte Carlo, no evento realizado em setembro, as resseguradoras afirmam ser um segmento com oportunidades e muitos desafios. Como vocês se diferenciam na oferta deste seguro? 

Araripe: Nos diferenciamos através de uma equipe extremamente técnica e experiente no Brasil, e no exterior temos uma equipe com mais de 50 pessoas dedicadas no desenvolvimento do setor.  Estamos crescendo no Brasil desenvolvendo facilities para as seguradoras com nosso apoio técnico na subscrição.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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