Crescimento do PIB Global deve desacelerar 2,5% em 2023, projetam economistas da Allianz Trade

Relatório global de risco analisa 17 principais setores da economia em mais de 60 países

Fonte: Allianz

A projeção do crescimento do PIB global deve desacelerar em +2,5% em 2023, atingindo níveis tão baixos quanto em 2019. É o que aponta o relatório global, “Atlas Setorial”, divulgado na última semana pela Allianz Trade, líder global em seguro de crédito comercial, onde foram analisados os riscos de não pagamento de empresas em 18 setores da economia, em 70 países. 

Os setores analisados foram: Agroalimentar, Automotivo, Construção, Eletrônicos, Energia, Equipamentos Domésticos, Equipamentos e Maquinários, Equipamentos de Transporte, Farmacêutico, Químicos, Metais,  Papel, Serviços de TI, Varejo, Telecomunicações, Têxtil e Transportes.  

Os economistas que desenvolveram o estudo, apontam que a temporada de lucros do 2T revelou um declínio nas receitas globais de -1,9% em relação ao ano anterior, marcando a primeira contração em todas as regiões desde 2020.

Diminuição nos lucros globais

As receitas dos EUA caíram -0,3%, enquanto isso, após um primeiro trimestre forte, as empresas europeias estão caminhando para uma queda de -6,0% nas vendas, principalmente devido ao setor de energia (excluindo energia, projeta-se um aumento de +0,6%). Já os lucros globais diminuíram -1,2% em relação ao ano anterior, com contrações significativas nos setores de transporte marítimo, papel, produtos químicos e metais e mineração. 

Mesmo assim, os especialistas reforçam que a economia dos EUA continua robusta, apesar de um ambiente monetário desafiador, enquanto a zona do euro enfrenta um crescimento mínimo e problemas persistentes de inflação. “Como os bancos centrais continuam determinados a se livrar da inflação, as taxas de juros devem permanecer mais altas por mais tempo, o que prejudicará os setores altamente alavancados e também acabará por reduzir o capex”, afirma o Felipe Tanus, Diretor de Crédito na Allianz Trade do Brasil. 

Já a perspectiva de crescimento da China diminuiu devido a vários desafios, que vão desde problemas no setor imobiliário até a baixa confiança do consumidor, e os mercados emergentes também devem registrar um crescimento menor.

Impacto das taxas de juros

Segundo o relatório, o impacto iminente do aumento das taxas de juros pode levar ao rebaixamento das classificações, aumentando os custos de financiamento. Embora as empresas mantenham uma capacidade de cobertura de juros maior do que a pré-pandemia, o índice está diminuindo. 

“Diante desse cenário, observamos um panorama de risco equilibrado do ponto de vista do setor. A maior parte das nossas avaliações setoriais está classificada como ‘Médio risco’ ou ‘Risco Sensível’ (um total combinado de 85% de todas as avaliações) em todas as regiões. No entanto, existe uma considerável dispersão de riscos entre as regiões, com a Ásia parecendo estar do lado mais seguro, enquanto a América Latina está do lado mais arriscado”, explica Felipe Tanus

O relatório aponta ainda que, em termos de setores, as indústrias farmacêuticas ou de software e serviços de TI são aquelas com avaliações globais melhores, enquanto construção, têxteis e metais são frequentemente considerados mais arriscados.

Metodologia

A Classificação de Risco Setorial da Allianz Trade Economic Research avalia o risco de não pagamento por empresas de 18 setores em 70 países em todo o mundo. 

Ele é medido em uma escala de quatro níveis, de Baixo a Alto. As avaliações de risco do setor são baseadas na avaliação prospectiva de quatro determinantes principais – demanda, lucratividade, liquidez e ambiente de negócios – usando dados internos da Allianz Trade e julgamentos de especialistas, bem como dados concretos de fontes secundárias.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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