PIS/Cofins deve incidir sobre toda a atividade empresarial, incluindo bancos e seguradoras

A CNseg só irá se pronunciar após publicação do acórdão referente ao seguro

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos na noite de segunda-feira (12) a favor da União para dizer que o PIS/Cofins deve incidir sobre toda a atividade empresarial. Isso porque a seguridade social é financiada não só pelo faturamento, mas também pela receita das empresas, de acordo com a tese vitoriosa na madrugada desta terça-feira, informa o Valor.

De acordo com o Ministério da Fazenda, as perdas, em caso de derrota, seriam de R$ 115 bilhões em arrecadação. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) discorda dos cálculos do Ministério da Fazenda e afirma ter feito levantamento que estima perdas de R$ 12 bilhões. O caso chegou ao Supremo em 2010 e começou a ser julgado em dezembro do ano passado. Como tem a chamada repercussão geral, o entendimento da Corte valerá para todas ações semelhantes em trâmite no Judiciário. 

A expectativa é de grande impacto em seguros, uma vez que o voto do ministro Dias Toffoli no processo que discute se há cobrança de PIS e Cofins sobre os prêmios que recebem dos clientes que contratam as apólices. Toffoli votou a favor da tributação, mas fez uma ressalva importante: rendimentos decorrentes dos “ativos garantidores” ficam de fora.

A reportagem do Sonho Seguro solicitou às seguradoras qual o impacto das medidas. Assim que o pedido de entrevista for respondido, será publicado. Por enquanto, a CNseg, Confederação Nacional das Seguradoras, informou ao Sonho Seguro que só irá se pronunciar sobre o julgamento do Supremo Tribunal Federal, que discute a incidência de PIS/Cofins sobre receitas financeiras, após publicação do acórdão referente ao seguro.

O processo que está em análise no STF envolve a Axa Seguros e, apesar de não ter repercussão geral, é relevante por ser leading case para as seguradoras. Considerando somente o ano de 2016 – quando o julgamento foi interrompido nas últimas vezes – o impacto seria de R$ 26,9 bilhões, segundo o Valor.

As perdas dos bancos foram divulgadas pelo Valor. Segundo o levantamento da Febraban, os maiores impactados serão Santander (R$ 4,2 bilhões), que no primeiro trimestre havia revertido essa provisão; Bradesco (R$ 2,906 bilhões), que diz que o valor está totalmente provisionado; Mercantil (R$ 1,2 bilhão); BTG (R$ 1,1 bilhão), que diz que esse passivo está integralmente depositado; Daycoval (R$ 851 milhões), que diz estar integralmente provisionado; Itaú (R$ 672 milhões), que nesse caso tem saldo do depósito judicial de R$ 667 milhões; Banco GM (R$ 537 milhões), integralmente provisionado; BNP (R$ 451 milhões), totalmente provisionado; e BofA (R$ 133 milhões), integralmente provisionado. No caso do Mercantil, o processo não aparece no balanço, pois a chance de perda era classificada como remota, mas a Febraban diz que o banco mantém contingente de R$ 1,2 bilhão.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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