Setor de seguros paga R$ 60 bilhões em indenizações de janeiro a março de 2023

Em 2022,o setor pagou aos seus clientes R$ 450,5 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios

Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostram que o setor de seguros pagou aproximadamente R$ 60 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios nos três primeiros meses do ano, valor 1,2% maior do que no mesmo período de 2022. O resultado é reflexo da queda de 15,8%, nas indenizações pagas por Danos e Responsabilidades no período, impulsionada pela redução de 70,3% nos pagamentos do seguro Rural, o que representa R$ 4,4 bilhões a menos. 

Para o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, “a queda no pagamento de indenizações no primeiro trimestre de 2023 foi muito impactada pelo comportamento do mercado em 2022. Naquele ano, a seca severa registrada durante a safra 2021/2022 fez com que as indenizações pagas pelo seguro rural aumentassem em relação à safra anterior”, explicou.  Por outro lado, no mesmo período, os segmentos de Coberturas de Pessoas e de Capitalização mantiveram o crescimento consistente de 9,2% e 6,7% no volume retornado aos seus clientes, respectivamente. 

Em termos de procura pelos produtos do setor, a evolução no primeiro trimestre foi 10,1% maior, somando R$ 90,4 bilhões em arrecadação. Somente em março, o avanço da demanda foi de 9,6% sobre 2022, com um total de R$ 32,2 bilhões arrecadados, com destaque para: Marítimos e Aeronáuticos (+114,1%), Riscos de Engenharia (103,0%), seguro Condominial (+32,5%), Responsabilidade Civil (+31,6%) e seguro Automóvel (+24,1%). 

Ainda em março, as indenizações somaram R$ 21,2 bilhões, alta de 5,5%. O seguro Condominial foi um dos que registrou o maior avanço (+17,3%), quando comparado ao que foi pago no mesmo mês em 2022.

Com dados fechados de Saúde, indenizações do setor somam R$ 450 bi em 2022 

Com a recente publicação dos dados de Saúde Suplementar pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), referentes ao fechamento de 2022, o setor de seguros (sem DPVAT) avançou 11,7% sobre 2021 em termos de demanda, com R$ 618,7 bilhões em arrecadação. No mesmo período, o setor pagou aos seus clientes R$ 450,5 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios, volume 13,1% superior ao ano anterior e o equivalente a 7,3 vezes o orçamento do Auxílio Brasil para todo o ano de 2022.

O presidente Dyogo Oliveira destaca que o setor segurador tem um potencial extraordinário de crescimento. “Para alcançar esses objetivos, temos trabalhado intensamente em várias frentes para tornar o setor mais bem compreendido pela população, pela sociedade organizada e pelos governos. Importante mostrar que o seguro é um serviço único, capaz de oferecer soluções para os mais diversos anseios da sociedade e das economias modernas”. 

Um dos projetos, lançado recentemente, foi o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS), que tem o objetivo de aumentar em 20% a parcela da população atendida pelos diversos produtos do mercado, além de elevar o pagamento de indenizações, benefícios, sorteios, resgates e despesas médicas e odontológicas dos atuais 4,6% do PIB para 6,5% do PIB. Oliveira estima que, como consequência da implementação do Plano, em termos de receita, o mercado atinja 10% do PIB nacional em 2030.   

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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