Nada muda no plano estratégico da Porto, afirmou o CEO Roberto Santos. Segundo ele, a sucessão no comando na Porto, anunciada hoje, vem sendo conduzida desde o ano passado. “Num time de futebol, quando se troca o comando é porque o técnico não está indo bem. Aqui na Porto não. Está no nosso DNA fazer tudo com segurança, com cuidado. Eu já vinha pensando em mudar o ritmo de trabalho, desejo que todos tem nesta fase da vida. Em conversas com Bruno Garfinkel, chegamos ao resultado divulgado hoje e que é uma mudança muito benéfica que a Porto, com um profissional com vivência de outros mercados”, disse ele ao Sonho Seguro.
Paulo Kakinoff, que assume como CEO em janeiro de 2024, entrou no conselho da Porto há três anos . Esta é a segunda vez que o executivo faz esta mesma trajetória. A primeira foi na Gol, onde entrou como conselheiro e depois assumiu o comando executivo da empresa aérea. “Eu sou do mercado. Só no grupo Porto estou há 21 anos e sete como CEO”, diz. Segundo ele, a Porto entra numa nova fase em 2024 e a experiência de Kakinoff, com amplitude de visão de outros negócios como indústria automotiva em Volkswagem e Audi, bem como na Gol, têm muita valia”.
Como conselheiro, Kakinoff ajudou a construir as verticais de negócios e o plano estratégico e por isso a troca de executivos, em janeiro próximo, é uma sequência do que vem sendo feito. O que pode mudar são os cenários dos segmentos em que o grupo atua, como seguro automóvel, onde é a maior do Brasil, operações financeiras com banco, financeira e cartões, e planos de saúde.
“Hoje temos cenários diversos e que certamente vivenciarão uma nova realidade, para melhor, em 2024”. Em seguro de carro, Santos afirma que a companhia colhe os frutos das medidas implementadas em meados de 2021 e ainda conta com uma tendência de melhora das vendas de veículos zero quilômetro agora que o governo acena com benefício fiscal, o que é muito positivo para este segmento que tem a maior fatia do negócio vinda do seguro adquirido na compra do carro zero.
“Saúde é um nicho muito pressionado por custos. A Porto tem uma situação um pouco mais tranquila diante da concorrência por não atuarmos com planos individuais, além da nossa operação ser restrita a São Paulo, Rio e Brasília, o que facilita a gestão médica. Não nadamos de braçada, mas temos um resultado confortável”, detalha. Já na vertical financeira, Santos cita a pressão da inadimplência do mercado em geral, principalmente em cartão de crédito, financiamentos e aluguel, mas que medidas mais conservadoras estão sendo tomadas.
Santos segue em suas atuais funções como CEO e cedendo sua experiência como especialista em seguros para agregar valor tanto a Porto, em comitês internos, como para a CNseg, como presidente do Conselho da entidade, que acaba de lançar o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), que prevê ações para estimular o crescimento da participação do setor no PIB dos atuais 6,4% para 12% até 2030.