Pacote de medidas do governo prevê aperfeiçoar marco legal de seguros

O Ministério da Fazenda fará nesta quinta-feira, 20, um duplo anúncio de medidas para tentar melhorar o mercado de crédito e estimular as Parcerias Público-Privadas (PPPs) de Estados e municípios. São, ao todo, 13 medidas.

Especificamente sobre seguros, o pacote prevê aperfeiçoar o regime legal do seguro privado e vai facilitar o processo de autorização e funcionamento de instituições financeiras no Brasil e permitir que cooperativas de crédito possam ampliar sua atuação na oferta de seguros,  além dos já permitidos: seguro rural, saúde e acidentes de trabalho. Poderão ofertar apólices para automóveis, bicicletas, equipamentos eletrônicos como celulares e computadores, entre outros.

0 governo vai propor um projeto de lei para autorizar a utilização de recursos de planos de previdência complementar, Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), seguros pessoais, como os de vida, e títulos de capitalização como garantia na tomada de crédito, a juros mais baratos. Assim, a pessoa que tem recursos na previdência complementar não precisa resgatá-los a custos elevados para cobrir uma necessidade financeira. Hoje são mais de R$ 1,2 trilhão nesse mercado que podem servir de garantias.

Para a Confederação Nacional das Seguradoras, a medida é positiva,  pois oferece dois efeitos práticos. O primeiro se refere a diminuição nos resgates de poupanças individuais em momentos de necessidade e, o segundo, diz respeito ao empréstimo pessoal mais barato, uma vez que a medida reduz a taxa de juros da operação, que terá uma garantia real atrelada, nos moldes dos financiamentos habitacional e de veículos, que têm taxas menores por serem garantidos pelo bem financiado.

Assunto: Dyogo Henrique de Oliveira – presidente executivo da Confederação Nacional das Seguradoras Local: Rio de Janeiro – RJ Data: 04/2022 Autor: Luciana Whitaker

De acordo com o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, o uso dos recursos da previdência privada como garantia para o crédito já estava sendo defendido pela Confederação há algum tempo e a proposta, inclusive, já tinha sido apresentada ao Governo. 

O executivo também aponta que o Brasil possui cerca de R$ 1,2 trilhão em reservas previdenciárias. “Eu acredito que cerca de 5% a 10% destas reservas se transformarão em crédito. Sendo assim, estamos falando de R$ 60 bilhões a R$ 120 bilhões. Se um pequeno percentual desta base se transformar em garantias para crédito, o efeito será extremamente significativo para a economia brasileira”, conclui. 

Outro pacote interligado ao setor de seguros é o novo marco de garantias, enviado ainda pelo governo Bolsonaro para estimular as PPPs. De acordo com o Estadão, o Brasil tem apenas cerca de 200 contratos vigentes no modelo PPPs. Outros 150 estão estruturados, mas ainda não saíram do papel. 

Os seguros financeiros, como o seguro garantia de contratos e o POSI, que garante eventuais problemas com o processo de captação de recursos, também são beneficiados com o decreto que visa permitir a emissão de debêntures com isenção de Imposto de Renda para investimentos em projetos nos setores de educação, saúde, segurança pública, sistema prisional, parques urbanos e unidades de conservação, equipamentos culturais e esportivos, habitação social e requalificação urbana.

O ponto mais polêmico está na aprovação do PL 29/2017, que ficou em discussão por 20 anos e foi arquivado há 5 anos. De autoria do ex-deputado e ex-ministro José Eduardo Cardozo, traça as responsabilidades dos segurados e das seguradoras, abordando temas como carências, prazos e prescrição, e foi desarquivado no fim de março, em votação no Senado, e tem agora o senador Jarder Barbalho como relator.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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