IRB quer voltar à lucratividade, concentrar negócios no Brasil e afasta novo aumento de capital

“Vamos atender o mercado com disciplina financeira e com objetivo de trazer retorno ao acionista”, afirmou o CEO, Marcos Falcão

Fonte: InfoMoney

Com sinistralidade mais baixa no quarto trimestre de 2022 (4T22) e quase um breakeven (equilíbrio entre despesas e receitas), o IRB ([ativo=IRB3]) quer mirar em 2023 na volta à lucratividade. Segundo o CEO Marcos Falcão, a expectativa é que a melhora gradual ocorra trimestre a trimestre ao longo deste ano. O foco será concentrar 80% dos negócios no Brasil e a manutenção e melhora dos índices regulatórios. Após o balanço do 4T22, as ações de IRB subiam 8,93%, a R$ 21,47, às 12h20 (horário de Brasília), após chegarem a avançar mais de 10% durante a manhã desta quinta-feira (9).

Segundo Falcão, as renovações de seguros em janeiro deste ano já foram a taxas melhores do que no ano passado. Com o cenário de juros mais altos no Brasil e no mundo, as reservas serão mais bem aplicadas, impactando em um resultado financeiro melhor, na avaliação do CEO.

Mas Falcão destaca que é preciso tempo para voltar ao nível de resultados que a empresa pode entregar. “Vamos atender o mercado com disciplina financeira e com objetivo de trazer retorno ao acionista”, afirma.

Com sinistralidade, comissionamento e despesas menores, reduziu-se também o índice combinando no 4T22, indicador importante para o setor de resseguros. O índice combinado caiu de 174% em 4T21 para 118% no 4T22.

Wilson Toneto, Vice-Presidente Técnico e de Operações, apontou ainda que 75% dos sinistros retidos em 2021 eram de contratos firmados antes de 2020. A mesma leitura para 2022 apresenta índice de 17%. “Com isso, o chamado efeito cauda foi arrefecido e a representatividade desses contratos será muito menor para os próximos anos”, aponta ele.

Dentro do padrão regulatório

Ao longo de 2022, o IRB foi desenquadrado do padrão regulatório por conta da Suficiência de Patrimônio Líquido e da Cobertura de Provisões Técnicas. Nos últimos dois trimestres, a empresa conseguiu se reenquadrar. O desenquadramento não deve voltar a acontecer em 2023, segundo Carlos Guerra, Vice-Presidente Jurídico, de Governança e Facilities. “As projeções indicam que os indicadores permanecerão dentro do padrão regulatório”, afirmou Guerra.

A Suficiência de Patrimônio Líquido Ajustado, que deve ser acima de 100%, ficou em 101% em dezembro, e o Índice de Solvência Total encerrou o ano em 260% (contra 245% em setembro de 2022).

Foco no Brasil

A diretoria reforçou o objetivo de, cada vez mais, concentrar os negócios no Brasil, até atingir um índice de 80%. Se em 2021, os prêmios emitidos no país somavam 61%, esse índice subiu para 68% em 2022. Agora, a meta é alcançar os 80% no Brasil em 2023.

Segundo Daniel Castillo, Vice-Presidente de Subscrição, é no Brasil que o IRB tem mais experiência, mas outros mercados não devem ficar de fora. “Vamos concentrar esforços em alguns mercados da América Latina. Subscrever 15% da carteira na América Latina, e 5% apenas no mercado global”, afirma.

Sem novo aumento de capital

Após o follow on de R$ 1,2 bilhão em 2022, que foi fundamental para o reenquadramento regulatório de IRB, a diretoria não vê agora a necessidade de outro aumento de capital.

O CEO afirmou que o aumento realizado no ano passado foi uma resposta à catástrofe do agronegócio no Brasil. “Olhando para a frente, vemos o IRB com volume menor de prêmios, vemos a companhia no hard market e não prevemos nenhuma catástrofe. Volta a lucratividade e também melhora a margem de solvência”, destaca.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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