Fitch afirma que a RJ da Americanas pode impactar ganho do seguro garantia

O segmento de seguro garantia apresenta níveis adequados de capitalização, afirma a Fitch Ratings em seu novo relatório. Em 2022, os prêmios emitidos em relação ao patrimônio apresentaram leve melhora e representaram 2,8 vezes o patrimônio das dez principais operadoras. O indicador era de 3,5 vezes no ano anterior. Já o volume do patrimônio em relação ao total de ativos do mesmo grupo foi de 16,3%, e o índice de alavancagem bruta (prêmio emitido + provisões técnicas/capital), de 7,1 vezes.

Segundo os autores, Alexandre Chang e Miguel Martinez, os índices de lucratividade do mercado de seguro-garantia decorrem da baixa sinistralidade do segmento, que em 2022 foi de 19% para o mercado e de 14% para as dez maiores. A média dos índices de retorno sobre capital e sobre ativos das dez maiores seguradoras foi de 14,7% e 2,5%, respectivamente.

Eles ressaltam que a recuperação judicial da varejista Americanas também pode trazer implicações à rentabilidade de garantias judiciais e financeiras, e a Fitch continuará acompanhando suas implicações no segmento de seguros.

Ao final de dezembro de 2022, as carteiras de investimento dos dez maiores participantes do segmento permaneciam com presença significativa de títulos de renda fixa públicos e privados — 92,8%. Tal composição vem experimentando maiores retornos nos últimos meses, devido à maior pressão inflacionária e aos consecutivos aumentos das taxas de juros, que devem continuar beneficiando o resultado dos investimantos. O resultado financeiro em relação ao prêmio ganho líquido das dez maiores do segmento foi de 32% em 2022 e 17% em 2021.

O seguro garantia é uma solução para empresas públicas e privadas que precisam garantir o cumprimento de obrigações contratuais. A apólice garante que, em caso de quebra do contrato por parte do tomador, o segurado será ressarcido de eventuais prejuízos.

Em 2022, os prêmios emitidos no setor cresceram 17%, após leve queda (-2%) em 2021, mas sua representatividade no mercado brasileiro de seguros continua pequena (2%). A concentração é relevante — em dezembro de 2022, as dez maiores seguradoras, de um total de 39, emitiram 71% dos prêmios de garantias públicas ou privadas.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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